Chocado com a camisinha de grife?

Anthony Vaccarello publicou isso aqui no Instagram dele e estourou de like:

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#condom by @#JuergenTeller at #saintlaurentrivedroite @dafstudio @anja_rubik

Uma publicação compartilhada por Anthony Vaccarello (@anthonyvaccarello) em

Acho que dá para entender, né, o David Alexander Flinn não é o que chamamos de feio ou sem graça.
Mas para deixar claro: isso é uma propaganda de camisinha de grife. Uma camisinha da Saint Laurent. Provavelmente preta? Ou será que é prata? Enfim, uma camisinha muito chique.

Chocado? Bom, estou prestes a te chocar ainda mais. Camisinha Louis Vuitton, alguém?

Irakli Kiziria fez essa paródia com a Design Provocation. Repara na texturinha de monograma LV!

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Essa da Chanel

também é de mentira e surgiu do nada, como um meme, em 2011. Ninguém sabe quem criou a imagem.

O Mikado é um designer gráfico que faz montagens bem divertidas, tipo essa, que ele publicou no fim de 2017.

A Moschino lançou brincos de camisinha na sua parceria com a H&M. Na mesma coleção ainda tinha camiseta com estampa de camisinha, bolsa em forma de camisinha… Chorem, barebackers!

A Moschino lançou brincos de camisinha na sua parceria com a H&M. Na mesma coleção ainda tinha camiseta com estampa de camisinha, bolsa em forma de camisinha… Chorem, barebackers!

Reais-oficiais: Marc Jacobs de fato vendeu camisinhas. Elas eram coloridas e divertidas. Era tipo 2007, 2009, por aí… Você compraria?

Reais-oficiais: Marc Jacobs de fato vendeu camisinhas. Elas eram coloridas e divertidas. Era tipo 2007, 2009, por aí… Você compraria?

US$ 1,50 cada. Ou seja, R$ 5 milhões…

US$ 1,50 cada. Ou seja, R$ 5 milhões…

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É uma surpresa para mim

mas sim, os estilistas americanos parecem mais avançados nessa questão. Essa é do Alexander Wang, uma parceria com a Trojan de 2018

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Montagem

mas você quis, né? Confessa, eu sei que você quis…

É isso, usem camisinha. Só para citar uma das últimas polêmicas do Twitter: PrEP não te salva de todas as doenças sexualmente transmissíveis. Existem agora casos de sífilis e gonorréia muito mais resistentes aos remédios do que antes. Cuidem-se!

É isso, usem camisinha. Só para citar uma das últimas polêmicas do Twitter: PrEP não te salva de todas as doenças sexualmente transmissíveis. Existem agora casos de sífilis e gonorréia muito mais resistentes aos remédios do que antes. Cuidem-se!

Por que não fiz nenhum texto sobre os desfiles internacionais até agora?

Achei a temporada internacional de moda masculina ruim?
Não necessariamente.
O desfile da Miu Miu de resort 2020 foi ruim?
Não tampouco.
Mas me empolgou? Hum…

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Miu Miu resort 2020

Subvertendo símbolos do conservadorismo no Hippodrome d’Auteuil em Paris

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Celine spring 2020

Foco no ícone David Bowie em O Homem que Caiu na Terra, filme de 1976 de Nicolas Roeg, e uma pegada anos 1970 londrina no geral

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Kenzo spring 2020

O último desfile de Carol Lim e Humberto Leon para a marca se inspira nas mergulhadoras japonesas ama. O documentário Ama-san, que passou nos cinemas daqui no começo do ano, falava delas!

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Thom Browne spring 2020

Uma mistura do esporte com referências ao século 18 e muitas bolas

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Dior Homme spring 2020

Esse trabalho de maquete têxtil do Kim Jones é simplesmente do caralho de tão maravilhoso

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Rick Owens spring 2020

Glam, futurismo à anos 1990 - um chic exótico. Essa fase do Owens me dá mixed feelings: usaria muito mais, acho as roupas incríveis, porém fico mais entediado sem as experimentações conceituais dele…

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Vetements spring 2020

Gótico anos 1990 no McDonald's da Champs-Élysées… Oh, OK

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Comme des Garçons spring 2020

Gênero fluido com joias em trompe-l’oeil, alfaiataria, babado e até vestido

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Louis Vuitton spring 2020

Para quem realmente gosta do monograma… O famoso utilitarismo que seria mais útil se fosse mais prático. No geral, um desfile cheio de flores, pipas e tons pastel

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Valentino spring 2020

Estampona, chapéu pescador, um ar surfistinha chic que eu acho legal & bonito e ao mesmo tempo muito estudadinho para o meu gosto

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Lanvin spring 2020

Estou adorando o trabalho do Bruno Sialelli na Lanvin. A maison de moda mais antiga em atividade andava patinando nas últimas diretorias criativas. Aqui o tema náutico acontece em águas doces!

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Craig Green spring 2020

Sabe aquelas bandeirinhas mexicanas?

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Versace spring 2020

Eu já disse anos 1990 nesse post? Prodigy na veia

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Saint Laurent spring 2020

Um dos meus preferidos dessa leva, rolou em Malibu. Anthony Vaccarello imaginou a Marrakesh de Yves Saint Laurent atualizada para a Los Angeles de hoje - mas eu duvido que as pessoas vão se vestir assim em Los Angeles…

Eu poderia continuar ad infinitum mas acho que com isso já vou conseguir meu ponto.
Já existe muita roupa no mundo. A maioria desses desfiles - mas a maioria mesmo - me parece mais um exercício de styling com roupa que poderia ser encontrada em brechó do que algo de fato novo.
Se é assim: por que a gente não se dedica mais ao exercício de styling com a roupa que a gente já tem ou que a gente encontra em brechó no lugar de comprar roupa nova?
O mercado de luxo e o varejo de moda em geral, ao meu ver, tem um cheiro forte de antigo. Não tenho mais vontade de falar dele no geral. Não me empolga. Penso na moda como um reflexo de referências da sociedade; não me parece que os desfiles têm feito isso de maneira contundente, como já fizeram.

Espero me empolgar com os desfiles da Casa de Criadores, que começa na próxima quarta-feira? Sim. Odeio gastar Uber com nada - coisa que tem acontecido bastante. #indiretas

E você, gostou da temporada? Do que você mais gostou? Também acha que a Vetements é uma bobagem?
Ops, falei.

Estou muito confuso a respeito do termo streetwear

Estava tudo bem. Eu usava o termo streetwear (e usava streetwear em si) livremente. Sempre liguei isso à geração millennial, mais informal, menos apegada a regras sociais de dresscode. Teve essa coisa de Karl Lagerfeld ter colocado tênis na alta-costura da Chanel de spring 2014, e aí as ricas todas começaram a usar tênis mas eu mesmo já usava tênis antes e continuei usando depois - a oferta aumentou e tudo bem.

Mas aí veio esse artigo da Vogue UK: Why we need to rethink the therm “streetwear”?

A coleção da parceria entre Louis Vuitton e Supreme de 2017

A coleção da parceria entre Louis Vuitton e Supreme de 2017

O artigo explica que o termo muitas vezes pode ser ligado à raça:

(...) the involvement of people of colour (either designers or models) is ultimately not the determining factor of whether something is “streetwear”. The always-shifting category, which grew out of skate, surf and hip-hop subcultures, has historically done what it says on the tin – represented the way that those resisting the fashion mainstream have worn comfortable, everyday garments outside in the real world.

Fiquei bem incomodado comigo mesmo. Será que eu acabo usando desse mecanismo para apontar o que é streetwear e o que não é sem perceber, inconscientemente, por conta de um racismo estrutural que, not surprised, nunca me dei conta?

Pode ser que, em alguns momentos, não (conscientemente, streetwear para mim tem a ver com jeanswear, moletom, tênis, roupa informal; não necessariamente hip-hop, e sem juízo de valor porque para falar a verdade prefiro streetwear do que alfaiataria). Mas inconscientemente, talvez, sim. Um grande exemplo é o trabalho de Virgil Abloh na Louis Vuitton. Será que eu chamaria esses looks de streetwear se eles fossem feitos por um cara branco que veio de um outro contexto?

A resposta: é provável que não.

Acredito que não dá para demonizar o termo, mas ao mesmo tempo é importante refletirmos sobre a questão.
E você, já pensou no jeito que você usa o termo streetwear hoje?

O estranho caso da Pooey Puitton

Não sei se você sabe mas existe uma estranha moda atualmente que foi detonada pelo emoji de cocô. Sim, aquele mesmo.

Olá!

Olá!

Existe uma série de produtos com esse desenho hoje em dia. Já vi caderninho, capinha de celular, ponta de caneta, almofada. Aliás, tem uma almofada de cocô na minha cama - o meu marido adora falar pro gato: “Eita Elvis, tá na merda hoje, hein?”

Acho que é um movimento meio irônico, do mesmo jeito que as pessoas adoravam o personagem Mr. Hankey em South Park. Sei lá, não me peça para explicar isso, realmente foge à minha compreensão. Aliás, isso me lembra um outro post que vai sair em breve, sobre o lado dark do kawaii - segura aí que vem daqui a pouco!

Voltando: aí começaram a aparecer coisas fofinhas com o cocô.

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Não se engane

Cocôs não são cor-de-rosa

Vi com meus próprios olhos coisas fofas de cocô rosa ou lilás em Primark, H&M, essas lojinhas.

Mas aí, meu bem, essa moda colidiu com outra.

Abre um parêntese. Você conhece a LOL Surprise, né?
Um brinquedo e uma sigla para Lil Outrageous Littles, a LOL junta aquela coisa da surpresa do Kinder Ovo só que a multiplica por 500 porque é todo um negócio abrir uma embalagem de LOL, cheio de etapas.

Você conseguiu não se irritar assistindo a isso? Eu não consegui!

Bom, a LOL gerou uma grande onda de brinquedos do mesmo tipo, tem umas embalagens enormes e carérrimas.
Fecha parênteses - porque chegamos na Pooey Puitton, que junta essas duas coisas e… a mania de slime, aquela meleca que dizem que acalma! Afff!

Confere aí:

Bom. *suspiro*

Achou essa bolsa-cocô estranhamente familiar? Claro: ela se inspira na…

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Linha Multicolore da Louis Vuitton

A parceria colorida com o artista Takashi Murakami era para ser uma edição limitada mas foi tão bem sucedida que continuou sendo produzida por anos!

A Pooey Puitton, que até faz uma paródia em seu nome com a casa de luxo francesa misturando-a com a palavra poo (cocô em inglês), é um brinquedo da MGA Entertainment Inc. Trata-se da mesma fabricante das Bratz e, adivinha… da LOL Surprise. Well: not surprised!

Não demorou muito para Louis Vuitton e MGA começarem a brigar na justiça. Mas a surpresa foi quando a MGA entrou com um processo contra a Vuitton nos EUA - eles alegaram que a marca francesa estava prejudicando seus negócios e infringindo o direito à paródia e sátira… Risos!
Recentemente a justiça americana decidiu que a MGA estava errada, pelo menos nesse processo. Ufa!

O que parece? Que na verdade a MGA está querendo chamar a atenção para o brinquedo que é uma grande pororoca do pop, surfando na onda do slime, da surpresa, da Vuitton, do cocô... Loucura que, confesso, me deixa fascinado. Hahahahahaha! E ao mesmo tempo, será que ela não está fazendo um favor para a Vuitton, já colocando na cabeça da criança que esse monograma é legal? Só que a criança pode crescer achando que o monograma não precisa ser exatamente o original… Oh-oh.

Sinceramente? Gosto de algumas coisas da Vuitton mas, em termos de monograma… fico com a Puitton. Menos perua, mais irônico, quase hipster!