Kengo Kuma fez um tênis e ele é belíssimo

Sabe Kengo Kuma? Ele é arquiteto e tem um prédio em São Paulo com sua assinatura que é um dos meus lugares preferidos na cidade.

Japan House de São Paulo: linda, né?

Japan House de São Paulo: linda, né?

Adoro o espaço que é tão amplo quanto possível, a iluminação natural, a impressão de um teto mais alto mesmo quando ele nem é tão alto assim.

Bom, Kuma agora está lançando um tênis, o primeiro que ele cria, em parceria com a Asics. E ele é simplesmente lindo, com esses cruzamentos de faixas formando vazados que são bem característicos de seu trabalho.

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Essa técnica de cruzamento de bambus que forma uma estrutura sólida é chamada de yatara ami.
Olha alguns trabalhos de Kuma:

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Centro turístico de cultura

Em Tóquio, no bairro de Asakusa

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Uma casa de hóspedes

Em Shizuoka, Japão

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GC Prostho Museum Research Center

Também no Japão, inspirado no cidori, antigo brinquedo de varetas japonês

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Museu da Sabedoria

Fica em Chengdu, China

Voltando ao tênis: feito de poliéster reciclado, ele traz esses cruzamentos calculados para dar estabilidade ao pé e, na lateral, formar o logo da Asics que todos os tênis da marca trazem.

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A sola em tom de borracha no recheio foi deixada sem tingimento a pedido do próprio Kuma. É a cor natural das nanofibras de celulose. Por isso que parece madeira!

Essas linhas que se cruzam também podem ser lidas como uma representação visual das conexões. Um dos temas que Kuma gosta muito de tratar nos seus trabalhos arquitetônicos é uma possibilidade maior de conexão em contraposição a uma arquitetura que separa.

O nome dessa belezinha é Asics Metaride AMU. Chega nas lojas japonesas, exclusivamente, em 20/12/2019. #queria!

O meu Ceará na passarela <3

Eu poderia fingir que fiquei no desfile da Amapô, que foi o último dessa quinta-feira, 17/10, no SPFW, e ninguém ia saber se fiquei mesmo.
Não fiquei, porque vocês sabem, jornada dupla tem dessas coisas de ficar cansado.
Se tivesse ficado, teria chorado - chorei vendo o vídeo! E não quero ser conhecido como a manteiga derretida dos desfiles, né? (para mais infos, confira o post sobre o desfile da Flavia Aranha na temporada passada)
(aliás, teria chorado também no João Pimenta, que bom que a trilha era engraçada porque esqueci de chorar)

Porém, cabe dizer que entrevistei Carô Gold e Pitty Taliani, a dupla responsável pela Amapô, no backstage antes do desfile porque: 1. Sabia que o tema era o Cariri e tinha que ver essas roupas de perto; 2. O desfile da Amapô é sempre incrível, animado, de encher os olhos de cores, imagens e pensamentos.
No fim da entrevista, Carô e Pitty disseram: “Espero que vocês gostem, que se sintam incluídos. É um desfile para a gente."
Sim. É um desfile para quem acha que o Nordeste é o presente & o futuro, é um desfile para quem acredita que moda não é tendencinha e seguir birô de tendência, é um desfile para quem vê a moda mais como expressão do que como indústria.
Eu, para quem não sabe, acredito que sou cearense ou fui cearense em algum momento, talvez numa vida passada, mas calhei de nascer em São Paulo. Não tem problema: já fui bastante para o Ceará e tratei de casar com um cearense que faz feijão verde e baião de dois à moda de lá. Se alguém me diz que é cearense eu já sorrio e sinto a pessoa como se fosse uma prima! É sério! kkkkk
Só que, como não assisti ao desfile ao vivo, prefiro deixar a palavra para elas: Carô e Pitty.
(Tem intervenções do Eduardo Viveiros do Calma., que estava comigo na hora da entrevista, tá? Então não estranhe quando aparecer um Viveiros dois pontos! kkkkk)

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Para tudo, né

Tênis maravilhoso, cada um customizado à mão de acordo com o look; e meia quero-já! Os pisantes são inspirados nas cabeças do Reizado e na Festa dos Caretas

Wakabara: A coleção é inspirada no Cariri?
Gold: Essa coleção começou com o convite do Senac do Ceará para fazer uma parceria. Eles quiseram trazer o Cariri, trazer essa cultura que é tão rica para essa plataforma do SPFW e procurar algum estilista que pudesse fazer essa transição [para a passarela] sem ser literal, sem ser tão regional, sem ser tão certinho. E a Amapô tem tudo a ver com isso, porque inclusive a gente só faz isso! Foi um encontro muito feliz, ficamos superempolgadas quando eles chamaram a gente. Fomos para o Cariri, fizemos uma pesquisa, e junto com os alunos do Senac de Crato e de Juazeiro, teve um workshop, falamos sobre os temas, escolhemos os caminhos que íamos seguir e pedimos “esqueçam a esvoaçância, esqueçam o vestido de festa, esqueçam haute couture, olha para dentro da sua casa, olha para sua avó, olha para sua toalha de mesa, olha para…"
Taliani: Para a Amapô…
Gold: "Olha para a Amapô, olha para a rua São Pedro", que é como se fosse a 25 de Março de lá. A ideia era que eles buscassem o que a gente ia usar nas raízes deles, sem tentar ir para fora. "Vai para dentro!” Aí eles ficaram duas semanas desenhando, a gente voltou para lá, juntamos os desenhos deles com os nossos, pescamos o que era de mais interessante, deu uma consultoria, transformou, puxou… Por exemplo, tinha look que a gente disse “ah, esse look aqui que está mais Jamanta!" Sabe esse personagem, Jamanta?
Wakabara: Sei, da Torre de Babel?

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Jamanta, o personagem de Cacá Carvalho, foi muito amado

Tanto que, depois da novela Torre de Babel (1998), voltou em Belíssima (2005). As fotos de passarela desse post são de Zé Takahashi e as de detalhes são de Marcelo Soubhia, ambos da Agência Fotosite

Gold: Então a gente pegou o brincante do Reizado e jamantizou. Aí pedíamos "jamantiza esses outros, traz mais disso. Olha as romeiras, pega, desmonta, remonta na sua cabeça.” Fizemos esse trabalho com eles, que era uma coisa que eu nem sabia se conseguiria fazer ou não. E rolou muito! A gente nunca tinha dado aula, por exemplo.
Taliani: Foi a primeira vez. Com 16 alunos!
Gold: E desses looks não tem nada que foi feito só pela Amapô. Tudo tem uma parte da Amapô e uma parte dos alunos do Senac. Tudo misturado!
Taliani: A gente fez roupas aqui, mas a essência veio de nós todos. Acumulou um monte de coisa, colocamos no nosso funilzinho da Amapô e veio.
Gold: E também temos essa homenagem linda ao seu Espedito Seleiro, que vai fazer 80 anos. Foi uma sugestão do diretor de marketing do Senac, e a gente respondeu: “Óbvio!!!” Fomos conhecê-lo e parecia que a gente estava indo conhecer o Axl Rose! Ele contou várias histórias maravilhosas de como ele mesmo tingiu pela primeira vez o couro de vermelho, de branco, de preto, os pigmentos que ele inventou…

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Misturando o couro de Espedito Seleiro

com o jeans de efeito estonado! Repare também na calça, com o Padre Cícero pintado!

Taliani: O legal é que a gente fez uma mescla de seu Espedito com a Amapô, foi a primeira vez que ele fez isso.
Wakabara: Porque antes ele fazia e entregava pronto, né?
Taliani: Isso, e a gente fez em conjunto.
Gold: A pochete de franja, por exemplo, que é um item bem conhecido da Amapô. Mandamos para ele e pedimos para ele fazer do jeito dele.

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OLHA-ESSA-POCHETE

O que era bom sempre pode ficar melhor

Taliani: Foi um processo muito legal. Fomos no seu Espedito algumas vezes, não foi só chegar uma vez, pedir e pronto. Falamos com eles todos os dias… Um trabalho bem loucão. Uma parceria real, de verdade, Whatsapp bombando. Teve um dia que eu fiz praticamente um bate-e-volta, e é cansativo ir até lá. Mas foi de verdade!
Viveiros: Mas isso vai existir? Como produto?
Taliani: O seu Espedito tem uma produção muito limitada, artesanal. Estamos fazendo uns estudos para ver se conseguimos fazer alguma coisa. Por enquanto é o desfile mesmo.
Gold: É uma homenagem para ele, né?
Taliani: E vamos sentir. Daqui uns vinte dias a gente volta para o Crato, vamos ver com eles como foi… Enfim!

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Se ela dança, eu danço

Os recortes coloridos também são reproduzidos em estampa

Wakabara: Quais elementos vocês acham que são mais Cariri, mais Crato?
Gold: Ixe! (Olhando a arara com dificuldade de escolher)
Taliani: Nossa… Bom, seu Espedito, que é uma coisa centenária…
Gold: Tem as peças do Reizado. O Reizado acontece na época do Natal, um folclore que tenta manter a tradição, trazendo as crianças para conhecer essa cultura, para que ela não morra. Aqui (apontando) é como se fosse um Reizado jamantizado. Esse look é o shape das meninas brincantes do Reizado, falamos com uma mestra do Reizado para chegar nele, idêntico. Só que a gente fez de silicone futurista!

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A Carô está se referindo a essa peça aqui

Toda em silicone transparente!

Taliani: Também tem as peças do Mestre Noza
Gold: Que é essa maquete das casinhas.
Wakabara: Uau!
Taliani: Tem um espaço cultural lá, do Mestre Noza, onde alguns artesãos trabalham e vendem, a coisa mais linda do mundo!
Gold: Só de escultura de madeira!
Taliani: É muito especial, você entra no lugar e choca. O Mestre Noza estava esculpindo isso num tronco de madeira do começo.
Wakabara: Ah, então é assim, alto relevo!

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As casinhas coloridas de Mestre Noza

reproduzidas em tecido com efeito 3D!

Taliani: Isso! Depois ele mostrou outro trabalho desse tipo que já estava mais adiantado, e depois o pronto!
Gold: Que já era pintado. Os alunos desenharam um look que era com essas casinhas, só que estampado. E sugerimos fazer tridimensional, porque isso é um trabalho supertradicional da Amapô, de fazer essa maquete 3D, de aplicação… Essa peça foi feita lá, eles que fizeram. A modelagem, costura, escolher as cores…
Taliani: E tem também a coisa dos vaqueiros, né, que foi onde o Cariri começou. A história que também traz o seu Espedito, a história do Lampião. Que é isso aqui.

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Repara no jeans

Os recortes foram unidos com pesponto aparente, à vaqueiro

Gold: No croqui do aluno, isso era em couro marrom. Fizemos em jeans colorido, pesando a mão tipo Amapô, né?
Wakabara: Teve técnicas que vocês pegaram de lá?
Gold: Nossa, tá tudo tão misturado…
Taliani: Acho que mais as pinturas dos meninos.

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Pintura à mão

Uma mistura de elementos, cada um com a sua história ligada ao sertão cearense, quase como um corpo todo tatuado

Gold: A inspiração disso começou nesses panos de prato bem horrorosos.
Taliani: Fomos no mercado e ficamos horas, olhando pano de prato, olhando tudo…
Gold: E aí isso evoluiu incluindo elementos da cultura. Aqui é um brincante de Reizado. Essa libélula (apontando) está aí porque no Cariri tem um grande parque arqueológico. Um dos fósseis mais incríveis que eles acharam lá foi um de uma libélula. Ali tem os romeiros, essa aqui é uma flor típica da região, um careta, a beata Maria de Araújo do Padre Cícero…
Wakabara: Ah, cuspindo sangue! Super! [A história de Maria de Araújo é que ela cuspiu sangue ao comungar com uma hóstia de Padre Cícero]
Taliani: Aqui o Coração Coroado
Gold: E foi indo, para xilogravura e mais. Eles que pintaram.
Viveiros: Eles estudam moda?
Gold: São alunos de costura, modelagem e figurino. A maioria fez os três, alguns fizeram dois… É curso técnico.
Wakabara: E os tênis?
Gold: Foram feitos aqui, a ideia era que fossem feitos lá mas a logística não ia dar certo.
Taliani: E somos assim, o tempo inteiro olhando tudo de perto. Não conseguimos soltar muito. Esse foi o grande desafio. Desde sempre eu e Carô fazemos tudo, então tentamos soltar um pouco. Foi uma experiência muito legal, e foi de uma vez, ou faz ou não faz, tínhamos que dar a resposta para o Senac rápido.
Viveiros: Quanto tempo de processo?
Taliani: Um mês.
Viveiros e Wakabara: Um mês?!
Taliani: 30 dias.
Wakabara: Como assim, gente? 30 dias tudo isso? Inclusive seu Espedito Seleiro?
Taliani: Inclusive seu Espedito Seleiro. 30 dias exatos. O mais apertado até hoje.
Gold: Mas a vontade de fazer era maior!

Gostou? Veja também: Coisas que pensei quando vi os desfiles da Modem e da Lilly Sarti.

Como é que vocês resistem às parcerias da Vivienne Westwood?

Quando era só com a Melissa eu nem ligava mas agora…
Primeiro veio a Asics deixando a gente completamente fissurado.

Tinha na Your ID que fica na Benedito Calixto mas não sei se tem mais; caso queiras, boa sorte!

Tinha na Your ID que fica na Benedito Calixto mas não sei se tem mais; caso queiras, boa sorte!

E hoje saiu a coleção da Vans com Vivienne em lançamento mundial. É de louvar de pé!

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Meu

Deus

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do

céu

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quero

todos

Especialmente esse último que cita a bota Pirates, um dos clássicos de Vivienne.

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A bota Pirates é essa aqui

Ela é meio horrorosa e eu a amo de paixão, tenho uma dois números menor que o meu pé e uso sofrendo porém me achando (é sério, é uma longa história)

E agora? Vamos falir juntos ou só eu e o meu marido, mesmo?
A coleção da Vans chegou em revendedores selecionados e nas lojas da marca que ficam nos shoppings de SP Ibirapuera, Bourbon e Morumbi. Arrasa!

Adidas com Fiorucci, um sonho

Eu sei, sou incoerente, num post anterior digo que comprar é cafona e agora me mordo todo por uma coleção.

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Mas quem não se morderia

por esse amor em forma de meia?

A verdade é que me empolgo cada vez menos com lançamentos, mas quando me empolgo… é de coração. kkkkk
Essa coleção da Adidas com a Fiorucci já foi lançada e está à venda, até onde eu sei, pela internet. Existe uma loja Fiorucci em Londres mas não sei se ela recebeu essas peças. E o que também sei é que essa preciosidade em forma de pochete já está esgotada:

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(rezando para aparecer de volta no boxing day, alokaaaa kkkk)

A Fiorucci é uma marca de origem italiana criada por Elio Fiorucci.

Mais uma vez, quem tiver esse torrent, tô querendo!
Elio foi o herdeiro direto do Swinging London, da Biba, daquele fervo todo. Morreu em 2015, mas já tinha vendido a marca na época. Um casal inglês, Janie e Stephen Schaffer, é o dono atual. Acho legal porque eles seguem com a marca mas ao mesmo tempo triste, porque tinha um charme italiano nela que agora se foi, né?

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No Brasil, entre 1979 e os anos 1990, o nome Fiorucci era de Gloria Kalil. Ela conta com muito orgulho que as variações dos populares anjinhos (de asas de morcego, caubói, de viseira…) eram brasileiríssimas!

6,190 Likes, 214 Comments - Gloria Kalil (@gloriakalil) on Instagram: "Tem alguma camiseta da Fiorucci em casa? Estou em busca das estampas dos anjinhos para o meu..."

No primeiro destaque dos stories no Insta da Gloria (@gloriakalil) ela conta melhor essa história.
Bom, é isso. Queremos Adidas loves Fiorucci. Pra ontem. E camisetas vintage com esses anjinhos alternativos da Fiorucci também.

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Estou muito confuso a respeito do termo streetwear

Estava tudo bem. Eu usava o termo streetwear (e usava streetwear em si) livremente. Sempre liguei isso à geração millennial, mais informal, menos apegada a regras sociais de dresscode. Teve essa coisa de Karl Lagerfeld ter colocado tênis na alta-costura da Chanel de spring 2014, e aí as ricas todas começaram a usar tênis mas eu mesmo já usava tênis antes e continuei usando depois - a oferta aumentou e tudo bem.

Mas aí veio esse artigo da Vogue UK: Why we need to rethink the therm “streetwear”?

A coleção da parceria entre Louis Vuitton e Supreme de 2017

A coleção da parceria entre Louis Vuitton e Supreme de 2017

O artigo explica que o termo muitas vezes pode ser ligado à raça:

(...) the involvement of people of colour (either designers or models) is ultimately not the determining factor of whether something is “streetwear”. The always-shifting category, which grew out of skate, surf and hip-hop subcultures, has historically done what it says on the tin – represented the way that those resisting the fashion mainstream have worn comfortable, everyday garments outside in the real world.

Fiquei bem incomodado comigo mesmo. Será que eu acabo usando desse mecanismo para apontar o que é streetwear e o que não é sem perceber, inconscientemente, por conta de um racismo estrutural que, not surprised, nunca me dei conta?

Pode ser que, em alguns momentos, não (conscientemente, streetwear para mim tem a ver com jeanswear, moletom, tênis, roupa informal; não necessariamente hip-hop, e sem juízo de valor porque para falar a verdade prefiro streetwear do que alfaiataria). Mas inconscientemente, talvez, sim. Um grande exemplo é o trabalho de Virgil Abloh na Louis Vuitton. Será que eu chamaria esses looks de streetwear se eles fossem feitos por um cara branco que veio de um outro contexto?

A resposta: é provável que não.

Acredito que não dá para demonizar o termo, mas ao mesmo tempo é importante refletirmos sobre a questão.
E você, já pensou no jeito que você usa o termo streetwear hoje?