Brat Pack parte 9: As músicas que embalaram o Brat Pack. Ou SEGURA ESSES ANOS 1980 NO CORAÇÃO

Estamos chegando ao fim da sequência de posts do Brat Pack! Esse é o penúltimo! TUDOOOO!
Você leu os anteriores? Esses daqui:

. O que é Brat Pack e quem faz parte desse grupo?
. Os primeiros filmes do Brat Pack
. Santíssima trindade do Brat Pack: John Hughes, Molly Ringwald e Anthony Michael Hall
. O clássico: Clube dos Cinco
. Eu hein, que filme ruim: O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (mas é tão ruim que é quase bom)
. Rob Lowe, o rostinho bonito que se envolveu em um escândalo de sex tape
. Tudo em minha vida: Curtindo a Vida Adoidado
. Qual é o último filme do Brat Pack, e por que é Digam o Que Quiserem, e por que você tem que concordar comigo?

Caso já tenha lido todos, chegou a hora de relaxar… porque é o momento de ouvir música!
Um dos segredos dos filmes brat packers foi o uso da música como um dos pontos primordiais. Dois dos principais diretores desses filmes, John Hughes e Cameron Crowe, eram muito fanáticos por música. Eles (e os estúdios) perceberam rápido que esse mercado adolescente era sedento por discos e que esses discos podiam servir de ferramenta a mais de marketing para alavancar ainda mais a bilheteria. As pessoas assistiam ao filme e ficavam com vontade de comprar o disco e ouvir as músicas; compravam, ouviam; as músicas chegavam nas paradas; mais gente ouvia essa música, contavam para essa gente que essa música estava num filme; essa gente também ia para o cinema porque, se tinha gostado da música, provavelmente ia gostar do filme, né? E mais e mais pessoas ouviam, assistiam e curtiam.

Outra coisa interessante é que Hughes é peça central da segunda invasão britânica nas paradas americanas. Isso porque ele tinha uma preferência por bandas do Reino Unido em suas trilhas sonoras. Isso acabou virando o que era cool para os jovens. O ápice é a trilha sonora de A Garota de Rosa Shocking (1986), uma coisa maravilhosa sobre a qual a gente já falou um pouco aqui no blog e que traz um elenco estelar: Orchestral Manouevres in the Dark, Suzanne Vega, Echo & the Bunnymen, The Smiths, INXS, New Order e essa coisa linda…

A MTV foi lançada em 1981. Gatinhas e Gatões estreou no cinema em 1983. A história cresceu junta!
Molly Ringwald e Anthony Michael Hall eram dois nerds musicais e tem pais músicos (o pai de Ringwald é pianista e a mãe de Hall é cantora). A irmã de Ringwald, Beth, teve um filho com o vocalista da banda The Rave-Ups, Jimmer Podrasky, e o grupo aparecem em Garota. A própria Ringwald, depois de namorar Hall, namorou ninguém menos que Dweezil Zappa, o filho de Frank Zappa e também músico. Choque!

Então vamos começar por aquela que talvez seja a mais famosa entre as músicas do Brat Pack…

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Don't You (Forget About Me) - Simple Minds

O supersucesso do Simple Minds provavelmente já teria sido um hit por si só. Mas a música ganhou todo um novo significado ao encerrar o longa Clube dos Cinco (1985). Composta pela dupla Keith Forsey e Steve Schiff com o Simple Minds em mente, ela foi a princípio rejeitada pela banda escocesa. Ofereceram então para Bryan Ferry e Billy Idol, e ambos recusaram. Cogitaram Corey Hart, do sucesso Sunglasses at Night, e aí foi Forsey que não quis que ele cantasse (ufa!).

A gravadora A&M continuou insistindo com o Simple Minds e dizem que a música ganhou uma forcinha com ninguém menos que Chrissie Hynde, que era a esposa do integrante da banda Jim Kerr na época. Forsey também voltou a falar com a banda, expressando sua admiração.

Consta na lenda que eles entraram num estúdio, rearranjaram e gravaram a música em 3 horas e pronto; acharam que era só mais uma musiquinha para um filminho e tinham o maior preconceito com ela, do tipo "nós somos uma banda que faz as próprias músicas, a gente não quer se vender assim”, blablablá whiskas sachê.

Resultado: essa foi a primeira música do Simple Minds a atingir o topo das paradas nos EUA. Hoje, show do Simple Minds tem que ter essa música! Toma!

Weird Science - Oingo Boingo

Encomendada por Hughes para o filme Mulher Nota 1000 (1985), que em inglês se chama Weird Science mesmo, foi criada pelo integrante do Oingo Boingo Danny Elfman no carro em Los Angeles, quando ele estava a caminho de casa. Quando ele chegou, foi para o estúdio que tinha em casa e gravou a demo.

A música não tem muito a ver com o trabalho costumeiro da banda - é mais pop. O disco Dead Man's Party (1985), que traz a canção, virou o maior sucesso comercial deles.

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If You Were Here - Thompson Twins

Suspeitíssimo pois amo demais o Thompson Twins. Aparece no álbum Quick Step & Side Kick (1983), o primeiro que a banda lançou como um trio (e o primeiro a fazer mais sucesso). É a música que fecha o longa Gatinhas e Gatões, naquela cena do bolo de aniversário. E em teoria é uma música triste (“and if you were here / you would believe / but would you suspect / my emotion wandering") para um final feliz. Estranho, né? Mas é bonitinha!

Oh Yeah - Yello

Kkkkk Essa música é muito engraçada!
Ela também é conhecida como a "música do Curtindo a Vida Adoidado” e compete pau a pau com o grande clássico Twist and Shout (na versão dos Beatles) na trilha sonora do longa.

Quase sem letra, viciante e eletrônica, obviamente não tem o mesmo impacto cultural de Twist and Shout mas, olha, teve impacto sim. É meio babaca, até, com essa voz masculina grossa dizendo “oh, yeah” de maneira que pode ser entendida como lasciva. Mas sinceramente, se tocasse na pista, eu dançava!

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St. Elmo's Fire - John Parr

A música-tema do O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas talvez tenha sido planejada para ser a próxima Don't You (Forget About Me). Não deu muito certo… É ruim, né? Eu acho! Parr conta que quando entrou na jogada, David Foster, o outro compositor da canção, já estava totalmente consumido pelo trabalho e não conseguia mais pensar. Parr também não saía do lugar.

Aí Foster mostrou um vídeo sobre o canadense Rick Hansen, que estava dando a volta ao mundo em sua cadeira de rodas para conscientizar as pessoas a respeito de danos na coluna vertebral e suas consequências - o projeto se chamava Man in Motion. Parr se inspirou, e é por isso que o subtítulo da música é Man in Motion - na verdade ele está falando de Hansen, e não de um projeto de yuppie dirigindo um carro e em busca de motivação, sabe?

Pensando desse jeito, a música parece melhor do que um arremedo de autoajuda. Enfim… dá um play aí e me diz o que achas!

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In Your Eyes - Peter Gabriel

Na procura por uma música nessa cena clássica de Digam O Que Quiserem (1989), com Lloyd segurando o boombox acima da cabeça para mostrar para Diane que ele não havia desistido dela, o diretor Crowe patinou. Primeiro que a cena quase não existiu: John Cusack resistiu, achando que o personagem não se colocaria em uma situação tão subserviente e passiva; depois eles quase não registraram a cena do melhor jeito, tiveram pouquíssimo tempo no final da agenda de filmagens e quando ainda tinham luz natural para captar.

Aí, quando finalmente tinham a cena, que música colocar? A princípio seria Question of Life, do Fishbone, mas Crowe não estava feliz com a escolha. A cena ia ser cortada, até que… In Your Eyes apareceu no rádio e Crowe pensou: "É isso!”

Mas convencer Peter Gabriel foi outro parto. Crowe mandou uma fita com o filme para ver se ele aprovava, e na confusão o cantor quase não aprovou pois viu a fita errada, uma cinebiografia do John Belushi chamada Wired! Lembra que a gente falou de Belushi no post sobre Rob Lowe, né? Ele morreu supercedo, aos 33 anos. Aí, desfeito o mal-entendido, Gabriel assistiu a Digam O Que Quiserem e… aprovou. Ufa!

In Your Eyes é uma música megarromântica - encaixou aqui, mas também encaixa em casamentos, dates, pedido de noivado…

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Miss Amanda Jones - The Rolling Stones

"Mas que merda é essa, esses filmes não são anos 1980? Por que tem uma música lançada em 1967 pelos The Rolling Stones?"

É que Alguém Muito Especial (1987), um dos filmes dirigidos por Howard Deutch com roteiro de Hughes, é todo centrado nos Rolling Stones. O personagem principal chama Keith (Eric Stoltz), a melhor amiga que tem crush nele se chama Watts (Mary Stuart Masterson), e a menina desejada por Keith se chama… Amanda Jones (Lea Thompson). Acho bem chique todas essas referências! A música toca em um momento de transição do roteiro, um sobe som com imagens dos personagens. Gosto <3

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People Are Strange - Echo & the Bunnymen

A versão de People are Strange encerra o filme Os Garotos Perdidos, que nem faz parte do cânone central do Brat Pack mas achei importante incluir aqui por combinar esse apreço a uma nostalgia (versão do The Doors, pense!!!) com uma das bandas que são supertrilha dos adolescentes dos anos 1980, o Echo & the Bunnymen. Gosto do clima trevoso Liverpool que eles dão para a música, que é bem similar à original.

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Rave-Up/Shut-Up do The Rave-Ups

The Rave-Ups, a banda rabiscada no fichário de Samantha (Ringwald) em Gatinhas e Gatões (1983), depois apareceu em A Garota de Rosa-Shocking (1986) como eu já contei mais para o começo desse post - a irmã de Molly, Beth Ringwald, teve um relacionamento com o vocalista da banda, Jimmer Podrasky, e um filho.

Depois de tanta exposição e tanto insistir, a banda conseguiu um contrato com a Epic em 1988. Só que não rolou o sucesso esperado. Aí veio Chance, o álbum de 1990, e uma participação tocando no Peach Pit do Barrados no Baile. A banda foi desfeita em seguida. E Chance também é o nome desse sobrinho de Ringwald!

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Gostou? Bom, ainda antes de 2019 acabar fiz uma promessa para mim mesmo de acabar essa série de 10 posts. O próximo, que é o último, vai falar dos herdeiros do Brat Pack, desse impacto cultural que o conjunto de filmes e atores tiveram em filmes que foram feitos depois disso. Então prepara e segura aí que eu já venho com mais!

Rick Astley: muito mais que um meme

Ah, você já viu os memes.

(Sim, ele mesmo tuitou isso)

Mas a verdade é que Rick Astley é muito mais do que o seu hit blockbuster Never Gonna Give You Up.

A dança, os looks (parece J.W. Anderson para Uniqlo, não parece???), o topete (que continua o mesmo, para quem não sabe), os óculos (acho que é um Ray-Ban Wayfarer, confirma, produção?), o microfone (chiquérrimo, vai), os coadjuvantes (todos maravilhosos).

Rick Astley é inglês e mais ou menos fez parte da segunda invasão britânica das paradas norte-americanas. Never Gonna Give You Up ganhou o Brit Award de 1988 de Melhor Single Britânico (yes, that's apparently a thing). Whenever You Need Somebody, outro hitzão, veio na sequência, mas a surpresa que ninguém reparava direito com as músicas dançantes pintou com a versão de Astley para When I Fall in Love, do repertório de ninguém menos que o fodão Nat King Cole em dezembro de 1987, a tempo das compras de Natal.

Astley sabia cantar. Ele era da escola de crooners, com um vozeirão imenso.

Em 1988, outro hit do mesmo álbum: Together Forever, que eu adoro, e que só não alcançou o topo das paradas inglesas porque existiu uma Kylie Minogue no meio do caminho com I Should Be So Lucky.

Astley seria o astro de um disco só? 1989 chegou provando que não com a maravilhosa, intensa, deliciosa Hold Me In Your Arms.
Existia um certo preconceito contra Astley, chamando-o de produto da indústria, pois ele começou com os produtores Mike Stock, Matt Aitken e Pete Waterman - lembra que eu falei do SAW no post da Donna Summer? Bom, Hold Me In Your Arms é uma balada de autoria do próprio Astley. Então não é bem assim, né? E 1991 provaria ainda mais isso: Astley parou de trabalhar com o SAW, abandonou os anos de dance hits e lançou seu álbum Free (hum, pegou essa?) com a música que eu mais amo dele: Cry For Help.

Ao lançar o álbum seguinte, Body and Soul (1993), Astley decidiu se desvencilhar da indústria musical. Simples assim. Entre 1994 e 2000, resolveu se dedicar à família - a filha Emilia nasceu em 1992.

O comeback com a música Sleeping, em 2001, é uma surpresa. Porque é… dance! E fez um sucessinho por causa do remix de Todd Terry, quem diria!

E claro que sua voz continuava mara.

Rolou um Greatest Hits, e depois um álbum chamado Portrait em 2005 no qual ele canta standarts e mostra que sim, é da escola de crooners mesmo. Tem Cry Me A River, Close To You, Somewhere e até Nature Boy, tá, meu bem? Renato Russo amaria (será?).

Aí, entre 2007 e 2008, aconteceu a memetização (como eu falo isso?!) de Never Gonna Give You Up. Nessa esteira, ganhou o EMA (da MTV europeia) de Best Act Ever em 2008. Uau!

Desde então, ele continuou lançando músicas. Sabia? Pois. Tem um álbum de 2016 que, na linha Adele, se chama 50.

E por que estou falando tudo isso agora? Bem, Rick Astley acaba de lançar o álbum The Best of Me nessa semana que passou, e ele conta com, óbvio, as suas melhores músicas. Mas não é apenas uma compilação: no fim, tem algumas regravações de seus sucessos em pegadas diferentes. Gostei porque é bom relembrar que Astley é uma das vozes mais incríveis em atividade hoje, à parte da irresistível Never Gonna Give You Up. Aliás, a versão em piano dela para The Best of Me é bem bonita.
Ouça!

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<3

A invasão holandesa de 1970

Existem dois momentos da invasão britânica.
Ah, não, não estou falando de guerra e invasão de território. Estou falando das paradas musicais americanas!

A primeira invasão britânica rolou a partir de 1963 e foi como uma onda. De Beatles a Rolling Stones até Animals, Zombies e Kinks passando por Dusty Springfield e outras mídias como o cinema (com Julie Andrews e 007) e a TV (The Avengers e The Man from U.N.C.L.E.), a moda de Swinging London (Mary Quant, as modelos Twiggy e Jean Shrimpton). O que vinha de lá era cool.
No fim dos anos 1960, a coisa foi se arrefecendo e veio a Guerra do Vietnã.

Aí teve a segunda invasão britânica. Preparada no fim dos anos 1970 por The Police e Dire Straits, ela começaria mesmo a partir de 1982. Human League, Soft Cell, Duran Duran, Billy Idol, Bonnie Tyler, Eurythmics, Culture Club, Wham! e George Michael em carreira solo… Até os filmes bem americanos da década voltados para adolescentes (chamados filmes dos Brat Pack, do qual faziam parte Emilio Estevez, Anthony Michael Hall, Molly Ringwald, Ally Sheedy, Rob Lowe, Andrew McCarty, Judd Nelson e Demi Moore) tiveram músicas inglesas: Don't You (Forget About Me) do Simple Minds para O Clube dos Cinco (1985); St. Elmo's Fire de John Parr para O Primeiro Ano do Resto de Nossas Vidas (1985); e Pretty in Pink de Psychedelic Furs para A Garota de Rosa-Shocking (1986).
(Amo os 3!)

Tem quem defenda que ainda houve uma terceira invasão britânica (meio dos anos 1990, com Spice Girls, Oasis, britpop em geral, Robbie Williams, cultura clubber e raver; era o Cool Britannia, que eu vivi alegremente rsrsrsrs). E tem quem defenda, veja só, uma quarta (a invasão do soul britânico a partir do meio dos anos 2000, com Amy Winehouse, Estelle, Joss Stone, Duffy, Adele, Florence Welch, Leona Lewis, Jessie J). Mas essas não chegaram a ser tão impactantes e influentes quanto as primeiras, e não são importantes para o que na verdade eu vim contar.
É que houve uma invasão holandesa que foi eclipsada pelas invasões britânicas porque aconteceu entre elas. E na verdade foi praticamente uma marola.

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A primeira música da invasão holandesa, e a melhor, é Venus do Shocking Blue. E sim, você vai reconhecê-la.

Quem canta é a gloriosa Mariska Veres, vocalista do grupo. Aí você diz: "Ué, mas essa música é do Bananarama!” Pois é, Venus foi regravada pelo Bananarama e também fez parte da… segunda invasão britânica. Mas antes virou febre no começo dos anos 1970, alcançou primeira posição nas paradas de diversos países (Estados Unidos, África do Sul, Austrália, Espanha, Canadá, Bélgica, Suíça). A curiosidade é que na Holanda ela só chegou a 3º lugar (e 2º na parada de singles).
Shocking Blue era uma banda boa de verdade. Um dos fãs era Kurt Cobain - o Nirvana regravou Love Buzz, que é da banda, como primeiro single lançado (em 1988) e a música ainda entrou no primeiro álbum deles (Bleach, em 1989).

Chique, né? E Mariska Veres é musa!

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Isso é o que chamo de

olho maior que a boca

Antes de continuar, é bom salientar que existe um nome por trás da tal invasão holandesa. Jerry Ross, o produtor do megahit Sunny do Bobby Hebb (que muitos anos depois ganharia uma versão cômica de Léo Jaime, Sônia, aquela do “não fica me excitando que eu tô de sunga"), estava fazendo um rolê na Suíça. Um jovem que tinha se mudado da Holanda para Genebra tava lá numa boate e pediu para o DJ tocar um disquinho que ele tinha levado. Ross estava na mesma boate, e na época queria hits europeus para lançar nos EUA pela sua gravadora recém-lançada Colossus Records. O disco era Ma Belle Amie, do Tee-Set.

Ross assinou com Tee-Set e ainda pescou Venus e Little Green Bag do George Baker Selection.
O Tee-Set também era uma boa banda. Seu próximo single, que fez sucesso na Holanda, era She Likes Weeds. Foi censurada nos EUA - I wonder why

Bom, perto de Shocking Blue e Tee-Set, o George Baker Selection é uma bobagem. Mas como tem gente que gosta de bobagem, fica aí o play por sua própria conta e risco:

Todas as 3 músicas alcançaram o top 40 da Billboard. Só que Ross fechou a Colossus em 1971!
E aí, acabou? Mais ou menos. Teve outras!
Em 1972, apareceu How Do You Do? da dupla Mouth & MacNeal. Talvez se tivesse um player no dicionário ao lado do termo hippie, seria isso que você ouviria:

No ano seguinte, 1974, as paradas receberam Hocus Pocus da banda Focus (sim, parece um trava-língua, eu sei). É engraçada, parece uma zoeira com rock progressivo mas na verdade era uma banda muito séria - até demais! kkkkk Mas ouve para você não ver se é engraçada:

Quem fecha a invasão holandesa é a banda Golden Earring com Radar Love em 1974. É engraçado porque se me dissessem que Venus e Radar Love foram compostas pela mesma pessoa (não foram), eu acreditaria. E no visual, Golden Earring está mais para Led Zeppelin do que para Beatles, sem dúvida:

Você conhecia alguma das bandas que apareceram aqui? Pois é! Babado!

E se você chegou até aqui, pode ser que se interesse pela música pop perfeita!