Será que o novo filme sobre Elvis Presley vai ter uma ligação com as... Kardashian-Jenner?

Sim, isso é possível.

Nem todo mundo lembra, mas Caitlyn Jenner já tinha dois filhos antes de casar com Kris Jenner e ter Kendall e Kylie. Ela era o marido de Linda Thompson, com quem teve Brody e Brandon. Brody Jenner, aliás, era quem estava com a fofita Kaitlynn Carter - depois de terminar com ele, ela namorou Miley Cyrus.
Que baita pororoca, né?
Vou dar uma pausa para você observar o nome de Kaitlynn Carter. Será que algum dia conseguirei escrever esse nome sem precisar olhar no Google?

Enfim. Voltando para Linda: antes dela casar com Caitlyn em 1981, ela namorou com um cara que não era exatamente um campeão olímpico mas que era muito famoso.
Muito famoso.
Muito muito muito famoso mesmo.

Elvis Presley e Linda Thompson

Elvis Presley e Linda Thompson

Sim, esse post é mais uma desculpa para falar de Elvis.

Linda conheceu o rei quando tinha 22 anos - ele era 15 anos mais velho. Foi um relacionamento longo, de 4 anos e meio, entre 1972 e 1976. Isso porque o casamento com Priscilla só acabou em 1973!

Linda diz que era virgem, e que Elvis respeitou sua opção de não, em um português bem claro, dar logo de cara. Esperou pacientemente por dois meses, como um gentleman, até ela se sentir pronta. Sendo que eles dormiam todo dia na mesma cama. Meio complicado de acreditar, mas ela também não teria motivo para mentir. Ou teria? Dizem que ela dividia o gosto por música gospel com Elvis - ou seja, fazia a linha puritana que o cantor tanto gostava.

Quando eles terminaram, Elvis começou um novo relacionamento com Ginger Alden. Foi ela quem encontrou Elvis Presley morto em 1977.

Elvis e Ginger Alden

Elvis e Ginger Alden

Como Priscilla foi quem teve a única filha e herdeira de Elvis, Lisa Marie, e quem manteve um relacionamento por mais tempo com ele (e a única com quem ele realmente casou), ela continua sendo a viúva mais lembrada.

Será que toda essa história vai ser mostrada no longa de Baz Luhrmann? Eu ia amar. E também ia amar ver o Austin Butler, escolhido para encarnar o rei, fazendo o Elvis dos anos 1970… kkkkkkkk TUDO!

Enquanto você imagina o fogo no parquinho, confira esses outros posts:
. Tudo sobre a incrível Donna Sommer!
. As paradas musicais norte-americanas sofreram uma invasão holandesa nos anos 1970. Saiba mais!

elvis-presley-linda-thompson-2.jpg

Confesso:

queria os figurinos anos 1970 nesse filme!

A música pop está reencontrando a espiritualidade

Não exerço muito a espiritualidade mas acho lindo.

Bom, está claro que Kanye West lançou um disco gospel nessas alturas do campeonato, certo?

Não vou colocar o embed aqui pois sinceramente achei chato para dedéu, se quiser pode procurar, fica à vontade

Não vou colocar o embed aqui pois sinceramente achei chato para dedéu, se quiser pode procurar, fica à vontade

E 10 entre 10 artigos sobre Jesus is King já apontaram três coisas: 1) West já fez músicas que flertaram com o gospel antes, mas a diferença é que ele se converteu "de corpo e alma”, negando palavrões e profanidades do passado, algo surpreendente para um dos (se não o) maior rapper da atualidade 2) O gospel na música pop não é novidade, de Elvis Presley a Whitney Houston passando por mil outros 3) Gospel nos EUA não é igual-qui-nem o gospel daqui, é relacionado à música negra, à luta pela igualdade racial.

ISSO TUTTO POSTO:
No Brasil VÁRIOS artistas já se relacionaram com uma música mais espiritual em algum ponto da carreira de maneira muito feliz. Vide…

Jorge Ben Jor (e a alquimia, nesse disco seminal; mais sua relação com São Jorge e outras paradas)

Baden Powell (e o candomblé; ele morreu evangélico renegando grande parte do repertório)

Roberto Carlos (bem na pegada gospel americana nessa música, que é um soul com referências cristãs)

Tim Maia (e a imunização racional do Universo em Desencanto)

Raul Seixas (do hinduismo nessa ao ocultismo)

Elis Regina (e o catolicismo dos romeiros)

Gilberto Gil (e a espiritualidade no geral)

Clara Nunes (e a umbanda)

A lista é interminável.

Agora parece que a música pop brasileira está reencontrando a espiritualidade. Começa pelo álbum de estreia da MC Tha, sobre o qual já falei aqui, que começa com um canto umbandista pop maravilhoso.

Mas passa também pelo lindo álbum novo do Emicida, AmarElo, cuja primeira música mistura pastor (Henrique Vieira) com atabaque e coro da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos; cita na letra Buda, arruda, Barrabás, salmo e Ubuntu; traz violão remete ao da "igreja de pobre". É lindíssimo (e confesso que meu olho lacrimeja toda vez que ouço, de tão bonito). Ah, e conta com a voz de Fabiana Cozza, uma das mais lindas do Brasil hoje.

Suspiro.

Falando em chorar, já assistiu ao clipe da música nova da Linn da Quebrada?

É tão bonito e emocionado que nem sei. O coro poderoso, a letra, a apropriação da evocação espiritual em contexto que foge à lógica heteronormativa não para fins de provocação e confronto mas porque a espiritualidade é de todos. A música salva, sim.

(aliás, você já ajudou na vaquinha da Vicente Perrotta? saiba mais aqui)

Voltando para o pop internacional, uma das artistas que melhor usou as referências do catolicismo e atualizou-as é Madonna com o seu superhit Like a Prayer. No último álbum, Madame X, ela canta Batuka com as batucadeiras de Cabo Verde. Nessa salada toda, ela grava o clipe da música em Portugal - um tropeço, seria muito mais simbólico gravar na ex-colônia do que no ex-colonizador. Mas não deixa de ser poderoso: é música de trabalho com referências religiosas, é letra de protesto contra repressão. Gospel, portanto.

E você, já entrou em contato com seu lado espiritual hoje?