Tudo bem, eu gosto do Pikachu, mas o Drippy levou essa história longe demais

Conhece o Drippy? Nem eu, mas o nome dele chegou até mim por causa de outra coisa.
De uma tatuagem.
Que ele fez na cara.
Na região de um dos olhos invadindo a testa e parte da bochecha.
De um
Pikachu.

"Wakabara, isso é mentira, tá na cara que é maquiagem!"
Bom, pode ser, mas então ele é bem persistente no personagem porque existem várias imagens, várias, desde que ele apareceu com esse Pikachu na cara pela primeira vez.

Uma semana AND COUNTING.

Aliás, queria aproveitar para parabenizar o Ash por, desde 1997 tentar vencer na Liga Pokémon e agora, em 2019, ele conseguir. Parabéns, Ash. Você mostrou que não basta acreditar, também tem que ter bastante paciência.

"Viva, finalmente ganhei essa caralha!"

"Viva, finalmente ganhei essa caralha!"

Bom, voltando ao Drippy.
Quer dizer, nem tenho mais o que dizer. Eu tenho um Pikachu tatuado no braço. Mas sei lá, até para os meus padrões achei um tanto… peculiar.

"Tô de olho”

"Tô de olho”

OBS.: segue a única música do Drippy que achei.

Meiko Kaji: a rainha está vivíssima e num papel maravilhoso

"Todos somos únicos e diferentes, e isso é algo maravilhoso"

É essa frase que Meiko Kaji fala logo no primeiro episódio da série Kinou Nani Tabeta?, ou O que você comeu ontem? em português. Sem trocadilhos, por favor: é uma série inspirada em um manga de Fumi Yoshinaga sobre um casal gay de meia idade vivendo em Tóquio. Kenji Yabuki (Seyô Ushino) é cabeleireiro e Shiro Kakei (Hidetoshi Nishijima) é um advogado, e o segundo ainda está no armário no trabalho. Kaji faz o papel da mãe de Kakei, que é super pra frentex e quer que o filho saia do armário, do alto da sua gueta!

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Hisae Kakei

Mais conhecida como o ícone Meiko Kaji

Ah, se você não sabe quem raios é Meiko Kaji, posso te mostrar…

O babado é CERTO. Mas vamos começar do começo: o trabalho marcante do começo da carreira dela aconteceu no começo dos anos 1970, na cinessérie sobre delinquentes juvenis (isso mesmo, era uma série de filmes sobre delinquentes juvenis) chamada Noraneko Rokku.

Acho que é ela no 1'27''.
O estúdio que produziu esses filmes é o Nikkatsu. Só que a coisa tava começando a enveredar para a bagunça - eles estavam entrando na onda do pinku eiga, tipo uma versão nipônica da nossa pornochanchada. Para evitar participar desse tipo de filme, Kaji foi para a grande Toei. Acontece que lá ela acabou entrando em quase que um primo do pinku eiga, uma exploitation na vertente "mulheres na cadeia” - ou você achava que Orange is the new Black tinha brotado apenas de uma história real?

Sim, existe um subgênero "filmes de mulheres na cadeia” no qual são explorados temas como voyeurismo, sexo lésbico, bondage, estupro - você pode imaginar todos os tipos de abuso, né? E Kaji é a estrela de um dos maiores clássicos do gênero, mas numa pegada fina: Joshū Nana-maru-ichi Gō / Sasori (1972). Ou, para os ocidentais, Female Prisioner #701: Scorpion.

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Quando eu digo "pegada fina", meu bem…

I really mean it

A personagem de Kaji, Nami Matsushima, é enganada pelo boy dela, um policial corrupto, e acaba estuprada por uma gangue de traficantes. Ela tenta esfaqueá-lo mas não rola, e acaba presa. É lá que ela recebe o número 701.
Ela vai passando por poucas e boas, mas vai criando uma casca grossa e se transformando na sinistra Scorpion. E sua sede de vingança só aumenta…

Se a música não é estranha para você, não é uma coincidência. O tema da cinessérie Scorpion, chamado Urami Bushi, é cantado pela própria Kaji foi usado para um filme que também trazia uma mulher com muita sede de vingança: Kill Bill. O outro tema que apareceu ali no começo, Shura no Hana, tema de outro filme e também cantado pela artista, aparece em outra cena de Kill Bill:

Digamos que Quentin Tarantino gosta BASTANTE de Meiko Kaji.

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Lady Snowblood

foi lançado logo em seguida do primeiro Scorpion, em 1973

O longa também é uma história de vingança. A história é uma loucura: Sayo viu seu marido e seu irmão morrerem nas mãos de quatro criminosos. Ela consegue matar um mas vai presa. Aí seduz os guardas e transa com eles para poder conceber Yuki, que é a personagem de Meiko Kaji. Uma filha concebida para a vingança! A missão dela é matar os três criminosos restantes. E, claro, ela vira uma máquina de matar, mesmo!

Nos anos 1980, Kaji acabou indo trabalhar na TV.
Com a redescoberta do seu lado cantora via Tarantino, ela lançou um disco novo em 2011:

O álbum tem momentos surpreendentemente roqueirões ao lado das esperadas baladas! Um babado.

E a notícia meio boa, quase boa, é que tem uma página do Facebook que está publicando a série Kinou Nani Tabeta?. Acontece que… as legendas estão em espanhol. Pero hagamos un esfuerzo kkkkkk Vem no primeiro episódio!

O mundo é kawaii, aceita

Sabe o que é kawaii? Caso não saiba, por favor entre em alguns posts antes de conferir esse - assim você não fica boiando. São eles:

. O que é kawaii?
. A rainha e a embaixadora do kawaii
. O lado dark do kawaii
. Harajuku: a meca do kawaii

Não acho que o Wikipedia é exatamente a melhor fonte para você descobrir coisas mas o site tem uma lista das maiores franquias, em questão monetária mesmo, levando em consideração videogame, livro, filme, série de TV. O que entra na conta é só ganho divulgado publicamente. E adivinha… 7 dos 10 primeiros podem ser considerados, de alguma maneira, kawaii. Ou seja, o mundo é kawaii, quem não gostar que lide com isso. E o primeiro lugar é de…

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Pokémon

Videogame criado em 1996, já rendeu cerca de US$ 95 bilhões! Entre merchandising, os próprios jogos, os quadrinhos, a série de TV, os filmes… Chocante, né? A dona da marca Pokémon é a Nintendo e os criadores são os japoneses Satoshi Tajiri e Ken Sugimori. Tajiri chegou a trabalhar na franquia que ficou em 9º lugar e que a gente também está considerando kawaii porque, bem… kawaii:

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Mario

Mario também é da Nintendo - desde 1981 - e o grosso do seu rendimento até hoje (US$ 36 bilhões) vem de videogame. Tajiri trabalhou em dois spinoffs, Yoshi (<3) e Mario & Wario, enquanto esperava para o projeto Pokémon sair do papel. Mario foi criado por Shigeru Miyamoto, o nome por trás de Donkey Kong e The Legend of Zelda - uma lenda, né? 1981 é o ano zero de Mario porque ele foi recriado a partir do carinha que pulava em Donkey Kong, o Jumpman, e o jogo do gorila é de 1981. Mario Bros, o game de Mario com o irmão Luigi, saiu em 1983.
Mas em segundo lugar na lista tem outra franquia japonesa. Você sabe, não sabe?

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Hello Kitty

Não vou me estender muito sobre ela porque já falei bastante de Hello Kitty nesse blog.
Confira:
. Notícias estranhas do mundo Hello Kitty
. A rainha do kawaii - e a embaixadora

Sigamos para o terceiro lugar que talvez te surpreenda. Sua origem é inglesa e hoje ele é propriedade da Disney:

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Ursinho Puff

O livro Winnie the Pooh surgiu em forma de livro do autor inglês A. A. Milne. Nos anos 1960, a Disney licenciou a marca para fazer umas coisinhas e descobriu um pote de moedas de ouro (ou de mel?). O grande segredo dessa franquia, o motivo dela render tanto, é… licenciados mesmo. Segundo o artigo do Wikipedia, o ursinho já vendeu US$ 74 bilhões e meio em varejo. Ele é adorado no Japão. Além disso, teve um filme live action recentemente, Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível (2018) protagonizado por Ewan McGregor. Assisti e é bem fofinho mesmo. Ursinho Puff já rendeu cerca de US$ 75 bilhões ao todo, contando aquelas pencas de DVD das Lojas Americanas.
O próximo, quem diria, atrás de Winnie the Pooh, está o "dono” dele…

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Mickey Mouse

Estou considerando esse quarto lugar kawaii apesar de episódios do South Park terem tirado toda minha inocência.
Mickey já rendeu US$ 70 bilhões. E é criação de Walt Disney, como todo mundo já sabe.
Você sabia que, antes do Mickey, a aposta de Disney era em um coelho? Oswald, na minha modesta opinião, é mais fofo.

"Não vem, não, palhaço, vai dar high five na sua vó!”

"Não vem, não, palhaço, vai dar high five na sua vó!”

O quinto lugar não é kawaii: Star Wars ocupa a posição com louvor. Já o sexto é outro que vem do Japão e eu nunca entendi porque gostam tanto dele.

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Anpanman

Qual é a graça em um super-homem cara de pastel? Anpan é um doce japonês que as crianças curtem, tipo um bolinho geralmente com recheio de feijão azuki.
A primeira pergunta é: ele é kawaii? A princípio eu diria que não, mas como você pode conferir nos links do começo desse post a arte de identificar o que é kawaii é muito refinada e cheia de obstáculos.
A verdade é que esse bicho feio de 1973 faz sucesso até hoje. No Japão eu quase me rendi a ele - tem um museu dedicado ao Anpanman em Kobe, uma cidade portuária linda.
O criador de Anpanman se chama Takashi Yanase. Prefiro, entre as suas criações, o Niyandar - que é basicamente uma versão do Anpanman em forma de gato, me desculpem os fãs.
Yanase era amigo do Osamu Tezuka, considerado o deus do manga, que fez o Astroboy.

Aí a gente chega no sétimo lugar que considerei kawaii com ressalvas. Aliás, nem considero uma franquia direito. Mas enfim. Aqui estão elas:

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Princesas da Disney

Kawaii? Hum. Parece mais uma versão de um desfile da Victoria's Secret para crianças. E se até a Victoria's Secret está em crise… Melhorem!
O cara que percebeu que o conceito "princesas da Disney” já existia mas a empresa não faturava com ele se chama, sem brincadeira: Andy Mooney. kkkkkkkkk Ele era um executivo da Nike antes de ir para a Disney.
Fora tudo o que eu poderia fazer de discurso do desconstruidão aqui, a princesa mais legal da Disney, Moana, foi incluída no grupo sem coroação. Então, por mim, que percam dinheiro e desçam no ranking!

O oitavo colocado, surpresa, é um manga: Jump é praticamente uma instituição cultural no Japão, os quadrinhos voltados a princípio para meninos. Mas não acho exatamente kawaii. Mario, já citado, é o nono, e o universo cinematográfico da Marvel é o décimo. Quem quiser ver a lista completa, que é bem interessante - ela está aqui! Será que Jornada nas Estrelas está antes ou depois de Angry Birds? Descubra lá!

Não publiquei nada sobre Euphoria ainda mas meus amigos fizeram isso por mim

As 4 coisas que gostei do VMA

E esse Video Music Awards, hein? Sabe que fazia tempo que eu não me divertia tanto num VMA. E nem vi inteiro - confesso que fui dormir na apresentação da H.E.R. e só assisti ao show da Normani depois, pela internet. Mas na verdade gostei mesmo do VMA por 4 motivos - e a Camila Cabello, de quem sou fã, infelizmente não é um deles porque a química sexual ali tá em falta (mas o vestido estava bom, parabéns, PatBo!).


Então vamos aos 4 motivos, que na verdade são 4 cantores incríveis:

La Rosalía

Ela atende só por Rosalía mas o povo adora chamar de La Rosalía - eu também, e ela mesma diz La Rosalía em mais de uma música! Já estava de olho nela em 2018 - saiu um post no site da Lilian que fiz a respeito. Isso ainda foi antes dela colocar pra jogo as ótimas Aute Cuture e Con Altura (essa com J Bavin e El Guincho). A voz é linda e, com apenas 25 aninhos, a espanhola já tem no currículo seu segundo álbum, uma obra conceitual falando sobre uma relação tóxica e baseada em um livro do século 13, Flamenca, escrito em occitano e de autoria desconhecida.
Rosalía faz música pop boa em espanhol. É como um desenvolvimento de Shakira, só que ainda mais empenhada em mostrar de maneira contundente de onde veio, qual é sua história, quais são suas raízes musicais. Europeia que não se dobra ao anglicismo (apesar de mergulhada no americanismo já que sua onda é pop mesmo), ela tem um gosto diferente. E nesse resgate das raízes, soa mais legítima para ouvintes mais exigentes do que a Anitta, por exemplo - apesar de eu achar esse viés uma bobagem, referência histórica não é necessariamente sinônimo de qualidade ou autenticidade, e o contrário muito menos.
A apresentação de Rosalía começa séria, com A Ningún Hombre a capella, do tal segundo álbum que já citei. Seguem-se números com coreografia de Yo x Ti, Tu x Mi com o porto-riquenho Ozuna e Aute Cuture. A língua, o ritmo, os parceiros: Rosalía parece latino-americana e isso é genial mercadologicamente. Agrada um monte de gente. E o carisma? Adoro.

Gótica tal qual uma catedral espanhola

Gótica tal qual uma catedral espanhola

Lil Nas X

É a primeira vez que o fenômeno recordista das paradas de 2019 se apresenta no VMA ou em qualquer palco de premiação. Mas ele optou por cantar a nova Panini no lugar de seu ultrahit Old Town Road, não sem antes fazer uma piadinha em vídeo sobre a capacidade eterna de OTR de se renovar em forma de remixes. Na hora da música em si, nada de meme, pelo menos não intencionalmente: um clima meio Tron (1982), meio vaporwave. Lil Nas X é talentoso, bonito e simpático. E é gay, então a princípio já me tem no fandom. Gosto também dessa apropriação do country que ele faz (falei um pouco disso no blog antes), me parece muito mais genuína do que o novo squad de certa loira branquela #prontofalei

Prata da casa: look de Christian Cowan

Prata da casa: look de Christian Cowan

Lizzo

Ela causa e eu adoro: dois meses depois de falar de Rosalía no site da Lilian, falei da Lizzo. E ela ainda nem tinha lançado o ótimo álbum Cuz I Love You. O medley de Truth Hurts com Good as Hell foi mara - turns out she's a 100% that bitch mesmo <3 Teve bunda, teve sombra amarela, teve picumã voando no meio da coreô... Fora o look Moschino dela no tapete vermelho, né? O camp segue forte e agora pop!
#LizzoforUrsula

“Foi daqui que pediram glamour com humor?"

“Foi daqui que pediram glamour com humor?"

Miley Cyrus

Com 26 anos, Miley está acostumada aos holofotes e a ter sua vida exposta nos tablóides. Mesmo assim, é um pouco assustador pensar que o começo, o meio com altos e baixos e o fim (fim mesmo?) do seu relacionamento com Liam Hemsworth foi analisado, debatido e especulado em praça pública. Com o recente término, dizem que a cantora desistiu da estratégia anterior de sequência de novas músicas (depois do EP She is Coming, viria o She is Here e o She is Everything; os 3 formariam o álbum She is Miley Cyrus). No lugar disso, ela fez uma Malibu ao contrário, a Slide Away, lançada em 19/08. Dá-lhe mais especulação: a filha do country que se fez na cidade grande diz adeus para o litoral que ficou marcado como uma coisa do casal. E do Liam em si, que pratica surfe: o refrão diz claramente para ele "deslizar" para o oceano enquanto ela vai voltar para as luzes da cidade. É uma canção triste e bonita. No show do VMA, no qual ela aparece de cabelo com efeito molhado (como se tivesse "saindo do oceano", pegou? Pegou?), vestido preto micro e repleta de colares e pulseiras (styling que ela já vinha explorando desde o lançamento de She is Coming), não existem subterfúgios fora a transmissão da imagem em P&B. Um grupo de cordas a acompanha, e o foco está na voz.
E que voz, senhoras e senhores. Já sabia que Miley cantava muito desde que assisti ao show dela em Londres, na turnê do Bangerz. O melhor é que Miley não só tem alcance e potência mas personalidade na performance vocal. E um timbre que acho lindo. Meu sonho é vê-la cantando Champagne Supernova - já pedi mas não deu certo.

(o plano inicial era ver a Miley em Amsterdã, mas ela cancelou porque estava doente)

E fico feliz nesse momento por esse blog ter um alcance pequeno: assim não tem fandom chato vindo dizer que eu tô errado, né? Sinto muito, acho a Taylor uma chata. E o Jonas Brothers foi uma propaganda de carro legalzinha.
(e teve a Missy Elliot, amo Missy Elliot, um beijo Missy Elliot!!!)

Lindo sorriso

Lindo sorriso