O lamenzinho é uma realidade

Sim, e ele se chama Lamenzinho.

Queria dizer que concordo com o Cup Man (o mascote do Cup Noodles): o Lamenzinho é chato.
A criação é da agência Dentsu Brasil, que cuida de outras marcas supernipônicas tipo Toyota, Ajinomoto…
Confesso que sou mais o Hiyoko-chan, pintinho mascote do clássico chicken ramen.

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Um clássico

Ainda vou tatuar Hiyoko-chan

E além de tudo Hiyoko-chan é satanista, olha que fofura:

É isso! Lamenzinho, você precisa de mais heavy metal para ficar mais legal.

Tenha pelo menos uma história para contar, pelamor!

9 entre 10 releases de marcas de moda que eu recebo tem fotos que, se eu perder, se eu renomear, se eu esquecer… eu nunca vou saber qual foto é de qual marca.
Sinto muito, essa é a verdade: acho que de cada 10 marcas de moda por aí, 9 são:
. sem personalidade
. sem identidade
. sem história
. sem sal
. cópias de outras cópias
EM SUMA: são uma bobagem quer só está gastando recurso do planeta.

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Sei muito bem que é difícil ter uma marca mais autêntica, diferente de tudo o que você vê. É difícil financeiramente, é difícil criativamente. Não basta você ser bom: tem que ter dinheiro para investir, tempo para criar, energia para não perder o fôlego e se render, estar no lugar certo e na hora certa. E às vezes, mesmo assim, não rola.
Mas então para quê? Para que essas 9 marcas seguem lançando coleções e gastando recursos do planeta? Qual é o propósito? Se você faz algo que não se diferencia do seu vizinho, por que raios você continua ralando e se ferrando?
Não entendo. Para mim, você precisa ter uma mínima história para contar, senão de que adianta?

Na moda brasileira tem cada vez menos marcas com personalidade e história para contar (ou se você quer uma palavra em inglês que diz exatamente a mesma coisa mas deixa tudo mais chique: storytelling). As jaquetas são iguais àquelas que você vê no fast-fashion; a única diferença é a etiqueta (que tem pouquíssimo valor, as outras peças também são iguais às do fast-fashion, ninguém se importa com essa etiqueta) e a experiência de compra (que no Brasil vai de mal a pior; poucas lojas empolgam e a maioria que empolga é multimarca, portanto o valor da etiqueta é menor que o valor da sacola). Então, quando uma marca brasileira tem história e personalidade, a gente chega a soltar fogos, comemore, “a minha moda não morreu", etc!

A MINHA MODA TÁ VIVA!

Entre exemplos bons, está o da The Paradise de Thomaz Azulay e Patrick Doering. Primeiramente baseada em bela estamparia, ela agora faz uma jogada de mestre: traz para si a história da mítica marca do pai do Thomaz, Yes Brazil!
Criada em 1979 por Simão Azulay, a Yes Brazil atualizou a estética do tropicalismo para os anos 1980, se transformando numa das coisas mais divertidas e revigorantes que a moda brasileira já assistiu. Thomaz homenageia esses 40 anos de lançamento com Patrick na coleção de primavera-verão 2019/20 que conta com nada menos que Xuxa na campanha clicada por Miro!

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Na esquerda, clique da campanha nova da The Paradise; na direita, montagem com imagens da Yes Brazil incluindo Simão Azulay, Gilberto Gil e Xuxa com look da chamada de estreia do Xou da Xuxa de 1986

No próximo dia 12/09, no Rio, deve rolar um desfile mara no Hotel Fairmont, em Copacabana, com Xuxa e Monique Evans (outra musa da marca) na passarela. Que tal? Confesso que estou de olho nessa camiseta aqui:

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Ela traz imagens de uma campanha com a Xuxa nos anos 1980 com o modelo Firmino… e um filhote de leão da montanha! TUDO!

Clique de Frederico Mendes da mesma leva

Clique de Frederico Mendes da mesma leva

Não é a primeira vez que Xuxa relembra seus tempos de modelo para a Yes Brazil. No (finado?) Rio Moda Rio, os desfiles de abertura contaram com esse tom de nostalgia - entre eles, Yes Brazil e Xuxa com um look inspirado nesse mesmo ensaio acima:

Finalmente um desfile que a gente quer ver, né?
(mas não vou, não fui convidado e tenho que estar na firma todos os dias em SP… kkkkkk)

Bom desfile, Xu!

Bom desfile, Xu!

A Calvin Klein continua fingindo que gosta de diversidade, mas é tão fake que a gente devia dar risada

Lembra que eu falei da Fluvia Lacerda? Então.
Lembra também que eu falei da Calvin Klein também?

A Calvin Klein acabou de lançar sua nova campanha de underwear com esse conceito #IRL (In real life, kkkkk). Entre os convidados magros e/ou sarados tipo Diplo, Naomi Campbell e Bella Hadid figura a querida Beth Ditto, cantora e vocalista do The Gossip.
Pensei: oba, que legal!
Aí vi a foto.

E é a única das fotos da campanha na qual não aparece a barriga!

E é a única das fotos da campanha na qual não aparece a barriga!

Parabéns, Calvin Klein!
Um beijo e que a gordofobia um dia acabe!

Não entendi algumas coisas na nova campanha da Calvin Klein

Fala a verdade, então…

Antes a Calvin Klein (na época do próprio Calvin Klein) delirava com belezas padrão - o caso Brooke Shields novinha e sexy sendo o mais antigo. Aí surfou na onda da Kate Moss (quem viu a campanha dela com o Marky Mark na época nunca esquece). Teve o Djimon Hounson, que eu me lembre, para incluir uma certa diversidade, e depois outras, tipo Zoe Saldana, mas sempre corpos esculturais e/ou magérrimos.
Aí teve a campanha #mycalvins, tentando trazer um mundo mais real com um time de, hum, celebridades.

E agora eles dizem que falam a verdade deles com um monte de gente sensualizando (inclusive Billie Eilish, a trevosinha do bem - que eu até gosto mas reconheço que força uma enorme barra) e aí uma gorda ali, um diferentão acolá entre Shawn Mendes e… Troye Sivan?

A verdade da Calvin Klein ainda é bem plastificada… Dá-lhe filtro e facetune! Momentinho #prontofalei, sorry!