Cantoras pop... da Marvel. Isso mesmo.

Se você não foi uma criança nerd como eu que era viciada em quadrinhos, talvez você não conheça algumas personagens que infelizmente ainda não ganharam uma versão cinematográfica - ou pelo menos, não num filme que todo mundo tenha visto (você vai entender daqui a pouco).

A minha cantora pop da Marvel preferida (e acho que a preferida de toda criança viada nerd que era viciada em quadrinhos) se chamava Cristal, em inglês Dazzler, e tinha um poder (meio idiota, vai) que transformava som em luz. Fora o fato de que ela apareceu pela primeira vez durante A Saga da Fênix Negra (um marco que todo fã de X-Men conhece e ama), Cristal tinha o melhor make, o melhor look, cantava de PATINS… Ela é uma superstar, não tem o que discutir!

E Cristal na verdade era parte de um plano maior: a Marvel queria lançar um disco com a Casablanca Records (pense em Donna Summer e Village People) e um filme. A personagem apareceu pela primeira vez em 1979 na edição 130 de X-Men, e ela era inicialmente uma cantora de disco music.

Quem acompanha ou já acompanhou X-Men sabe que, no fundo, a história é uma novela rocambolesca de décadas no que há de melhor e pior nisso. Com Alison Blaire, o nome real de Dazzler, não é diferente. É no nível descobrir que fulana não morreu e na verdade é a sua mãe só que vinda do futuro; de repente o vilão bate a cabeça, sofre amnésia e se apaixona pela mocinha; e sabe aquele cara que você sempre pensou que era seu irmão? Na verdade é seu avô. E por aí vai… Por isso, não vale muito a pena colocar toda a história da Dazzler aqui, mesmo porque eu não acompanhei inteira (faz tempo que não leio quadrinhos). O que acho importante é que, à parte de toda a história cheia de meandros como todas as outras, Cristal tem fãs nos quadrinhos (tipo o Colossus, Kitty Pryde e o vilão Juggernaut, que já se recusou a lutar contra ela pois gostava muito do seu trabalho…), já teve um relacionamento com o Longshot (um super-herói loiro de mullet) e teve um filho com ele (que vem a ser o Shatterstar, desde 2009 um herói fora do armário que tem um relacionamento com Rictor). O contexto no qual essa gravidez aconteceu é complicado (e problemático & questionável!!!) demais para eu explicar aqui, tá, então fiquemos nisso mesmo… Risos!

A ideia com a Casablanca é que Dazzler também ganharia um filme, ainda nos anos 1980. E a coisa estava até meio avançada: a atriz Bo Derek foi escolhida para protagonizar e tudo. Aí existem duas versões. Segundo Bo…

Mas segundo Jim Shooter, o editor-chefe da Marvel na época, Bo aceitou sim. Só que ela insistiu que seu marido, John Derek, dirigisse o longa, e a ideia acabou naufragando.
O Ricardo Schott falou mais da Dazzler no site Pop Fantasma, na época que surgiu uma história que a personagem ia ganhar uma série animada própria com a personagem Tigra.

Fun fact: Pouco depois da ideia do filme com a Dazzler naufragar em 1980, a história foi… para os quadrinhos. Em 1984, a personagem Alison Blaire é convencida a fazer uma cinebiografia sobre ela mesma chamada Dazzler: The Movie. Mas, como a gente sabe, o mundo não é um mar de rosas para os mutantes: o sentimento antimutante faz o filme ser destruído e a carreira de Alison afundar.
(Tô falando que é uma novela!)

Bom, aí aconteceu aquele filme que ninguém viu em 2019: X-Men: Dark Phoenix, a definição de HOT MESS.
Caso você não tenha visto (acho bem provável), sabe quem aparece lá?

Tá passada?
A música composta pela banda Odessa e com a voz da cantora BANKS parece boa, mas nunca apareceu em versão integral.
Como os fãs são mais rápidos que a indústria fonográfica, já apareceram diversas versões feitas por eles, desenvolvidas a partir desse trechinho do filme. Risos!

Em X-Men: Dark Phoenix, Dazzler foi interpretada pela atriz Halston Sage. Existe um rumor de que era para Dazzler ter estreado nas telonas em 2016 numa participação especial no filme X-Men: Apocalypse e ela seria interpretada por ninguém menos que Taylor Swift. A produção sempre negou, apesar dessa foto aqui existir:

Taylor, Simon Kinberg (roteirista da franquia X-Men e diretor de X-Men: Dark Phoenix), James McAvoy e Sophie Turner

Kinberg depois disse que era tudo bobagem, que essa foto foi tirada no backstage do show de Taylor Swift em Montreal (a cidade onde X-Men: Apocalypse estava sendo filmado na época).
Te parece um backstage? Hum. OK, then.
Só que Sophie Turner, a atriz que fez Jean Grey (ou seja, a Fênix Negra em si) ajudou a colocar lenha nessa fogueira. Ela usou uma imagem de uma cena deletada de X-Men: Apocalypse num tweet:

Esse “pré-1989” (lembra do disco da Taylor Swift 1989, que também é a data de nascimento dela?) deixou todo mundo em polvorosa.
Só que a imagem é um meme - não é esse disco que Scott Summers (interpretado por Tye Sheridan) segura nela.
E, bem, a cena original é bem mais legal (sim, agora eu vi como o Boy George e a Sophie Turner são parecidos e nunca mais conseguirei desver).

Nos quadrinhos, Cristal nunca cantou Hands on Me. Mas já cantou outras!

Essa de cima é A Little Girl’s Dream. Ainda tem Hush Now Baby e The Serpent is Coming, que parecem ÓTIMAS, e uma versão de Beautiful Dreamer que é originalmente de 1864 (!!!) e já foi regravada por diversas pessoas, como Roy Orbison e Bing Crosby.

Bom, agora é hora de revelar porque o título desse post está no plural.

Em 1991, surgiu uma outra cantora pop no universo dos quadrinhos da Marvel. Estou falando da Nightcat.

A Nightcat de fato conseguiu ser lançada em disco, pela gravadora LMR (Lefrak-Moelis Records). E a companhia não era tão fraca e obscura quanto pode parecer: foi a responsável pelo grande hit de Stevie B, Because I Love You, que chegou a fazer um sucesso bom mais ou menos na mesma época de Nightcat. E também cuidou da Jaya, uma cantora filipina, no começo da carreira dela (dela, ouça If You Leave Me Now, a primeira música de uma artista filipina a aparecer no Hot 100 da Billboard em 44º lugar em 1989).

Jacqueline Tavarez, que deu “vida” e voz para a Nightcat, não era famosa na época. E também não chegou a ser depois - participou do filme Tromeo and Juliet de 1996, uma paródia de Romeu e Julieta, e depois… sumiu. Aparentemente, ela chegou a enveredar por uma carreira na indústria pornô com o codinome Jacqueline Love durante um tempo, mas nada é confirmado oficialmente (os rumores, no entanto, são numerosos).

Provavelmente não ajudou para a carreira de Jacqueline o fato dos quadrinhos e do disco lançado terem flopado. Nightcat tinha um título só para ela! Chique. Porém não durou.

O CD da Nightcat virou um artigo raro, mas dá para achá-lo completo no YouTube.

E aí a gente tem a Lila Cheney como bela representante da música pop britânica. Hahahahahaha!

Na minha cabeça, mas talvez só na minha cabeça, Lila é uma coisa meio Chrissie Hynde, meio Joan Jett. Ou, talvez, Pat Benatar? Ou seja: é a melhor chance de Miley Cyrus entrar no MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) hahahahaha
Ela apareceu pela primeira vez nos quadrinhos da Marvel em história dos Novos Mutantes, em 1984.

Galera curte tanto a Lila Cheney que fez um vídeo de fã (!!) com ela cantando e tudo, e participação especial da Cristal no backing vocal e dos Novos Mutantes na plateia.
Nessa fanfic em forma de clipe, ela dá uma paquerada com o personagem Cannonball, referência ao fato deles já terem sido um casal (e separaram, e se uniram de novo, e por aí vai) nos quadrinhos.

A música é boa, né??
Dois anos antes, a mesma turma fez um outro vídeo com a Cristal em si como protagonista, dessa vez com participação de Longshot na plateia (e a música também é fofa)!

Existe também uma versão de Cristal da série animada do X-Men. Mas sinceramente? Acho fraquinha.

Nos quadrinhos, Lila Cheney chegou a contratar Alison Blaire para sua banda. Elas eram (são?) tipo amigues.

Dizer quem é a minha preferida é difícil: esse tema “cantoras fictícias” é a minha cara. Adoro cada uma por motivos diferentes. Mas não dá para negar que Cristal ocupa um lugar especial no meu coração por ter aparecido na saga da Fênix Negra. É um cristalzinho do pop (trocadilho infame intencional, sim).

(E você reparou que esse make da Cristal é bem parecido com outro, de uma outra cantora pop que só existe em desenho?
Sim, estou falando de Jem e as Hologramas. MAS PORÉM Jem apareceu com aquele make em pink em 1985. Portanto… Cristal veio primeiro. Sorry, Jem girl, te adoro mas você copiou!)

Como eu não quero nerd me xingando por aí, primeiro deixo claro: Rick Jones não está incluído aqui porque só estou falando de cantoras.
Mas, como só estou falando de cantoras, também não poderia deixar de falar dela - que, aliás, podia participar do MCU também, hein? The one and onlyMonica Lynne!

Monica apareceu antes de Cristal e de Lila Cheney, em 1970 numa edição de Os Vingadores, e acabou virando o primeiro par romântico do Pantera Negra. Para tanto e pelo que a HQ dá a entender, ela abandonou a carreira de cantora para ir com T’Challa para Wakanda. Eles ficaram noivos, mas depois T’Challa rompeu o noivado.

(Existe uma cantora de verdade chamada Monica Lynne Chase. Não há relação entre elas.)

Eventualmente, Monica voltou a cantar. Foi numa revista de 2006 e ela estava curtindo a maior dor de cotovelo, esquema Marília Mendonça. Sabe por quê? Bem: T’Challa ficou noivo de ninguém menor que Ororo Munroe, a Tempestade dos X-Men, nessa época.

Monica morreu numa revista de 2018, vítima de câncer.
(Porém, como na Marvel tudo pode acontecer, quem sabe um dia ela não renasce, ressuscita, aparece em uma versão do passado ou de um universo paralelo…)

Quem gostou desse post também vai gostar desses outros:
. Sarah Regina, a voz brasileira da Jem, e outras duas rainhas da disco music brasileira
. Bianca, a roqueira do Brasil
. Seiko Matsuda, a Madonna japonesa

A Donna da pista

É muito esquisito como a gente idolatra certos artistas e quase esquece de outros. Um exemplo é Donna Summer, uma das melhores vozes da geração dela. Ela era intimamente ligada à disco music, e talvez por causa do ainda persistente preconceito com o estilo, tenham diminuído toda sua história.

Porém, se você ouve o começo de Last Dance hoje, você identifica muito bem um enorme talento.

LaDonna Adrien Gaines nasceu no último dia de 1948 - isso mesmo, 31/12. Mas seu nome não é exatamente artístico: ela participou da seleção do musical Hair em NY e acabou convidada para assumir o papel da personagem Sheila em Munique, Alemanha. Ficou fluente em alemão, participou de outros musicais. Mudou para Viena depois de 3 anos e casou em 1973 com o ator austríaco Helmuth Sommer.
Eles ficaram casados entre 1973 e 1975. Nesse meio tempo, saiu o primeiro single em parceria de Donna com Giorgio Moroder e Pete Bellotte, Lady of the Night. Dizem que por causa de um erro de grafia na capa desse álbum ou porque deliberadamente eles quiseram anglicizar o sobrenome, saiu Summer. E pegou.

donna-lady-of-the-night.jpg

Alguém sabe dizer se a Vera Verão se inspirou no Summer da Donna para a criação do seu nome?

Apesar de produzida por Moroder e da temática (sim, é sobre uma prostituta), Lady of the Night não é tão disco quanto as músicas dos álbuns seguintes de Donna. Mas é boa, meio ABBA, vocais precisos, castanholas dramáticas, climões:

Não estourou. Mas calma, 1975 chegaria como um tufão. Dizem que Moroder comentou com Summer que a supersexy Je T’Aime (Moi Non Plus) de Serge Gainsbourg e Jane Birkin, lançada em 1969, estava vendendo bem de novo na Inglaterra.

(Ai, como é tudo <3)

Summer comentou, brincando, que eles deviam fazer uma “música de amor” deles, a Love to Love You. Só que Moroder levou a sério: adaptou o refrão que ela criou, cortou a faixa e, depois de sessões de gravação de voz difíceis (a ideia era que a cantora realmente incorporasse um momento sexy, um orgasmo ao microfone)… Pronto, lá estava o primeiro grande sucesso disco de Donna Summer, que a marcaria para sempre, que seria sua moeda da sorte e sua sina, com créditos de composição para Summer, Moroder e Bellotte. Lançada pela mítica Casablanca Records, com uma versão especial de 17 minutos para tocar nos clubes, ela traz gemidos hipnóticos que, segundo Summer, foram inspirados no seu então namorado Peter.

Esse do pincel é Peter Mühldorfer, o cara que fez Donna Summer gemer em Love to Love You, que virou Love to Love You Baby

Esse do pincel é Peter Mühldorfer, o cara que fez Donna Summer gemer em Love to Love You, que virou Love to Love You Baby

Bom… vamos a ela? Coloca o fone e sobe o som que a coisa é quente:

I didn’t want to hear it. I heard a couple of oohs and aahs once and I – black people don’t get red – I was blue! I love the music, I just wished that I hadn’t sung it. But it doesn’t bother me anymore.
— Donna Summer em entrevista para a Rolling Stone

Donna lançaria outras ótimas músicas entre 1976 e 1977. A Love Trilogy, de 1976, refere-se ao lado A do álbum, uma música só chamada Try Me, I Know We Can Make It. Na verdade são 3 músicas unidas (por isso a trilogia do amor): Try Me, I Know e We Can Make It. Juntas, elas dão em quase 18 minutos! A faixa é assinada mais uma vez pelo trio Sommer, Moroder e Bellotte.

E aí, olha que maravilhoso… chegou I Remember Yesterday, um clássico a ser redescoberto.

A ideia simpática era fazer uma sequência de músicas que relembrasse décadas anteriores. A faixa título I Remember Yesterday se refere aos anos 1940, Love's Unkind aos anos 1950 roqueiros, Back in Love Again representa os anos 1960 da Motown, Black Lady seria o som funky à trilha sonora de blaxploitation dos anos 1970 (vigentes, porque o álbum saiu em 1977). E a última faixa representaria o futuro. Sim, ela mesma, I Feel Love, cheia de sintetizador, inspirada segundo o próprio Moroder em Vangelis e Kraftwerk (!!!). E aí muita gente diz que, sem o uso inovador de sintetizador pela música inteira, o electro dos anos 1980 não seria a mesma coisa. I Feel Love era do futuro mesmo. Abaixo, vídeo produzido por um fã:

E com a palavra… Nada menos que David Bowie comentando sobre o que ouviu na época da sua lendária trilogia de Berlim:

One day in Berlin, Eno came running in and said, ‘I have heard the sound of the future.’ He puts on ‘I Feel Love’, by Donna Summer. He said: ‘This is it, look no further. This single is going to change the sound of club music for the next fifteen years.’ Which was more or less right.
— David Bowie

Em 1979, a disco music já dava sinais de cansaço. A Disco Demolition Night, evento-chave do hater Steve Dahl que destruiu um monte de vinil em um parque em Illinois, aconteceu em julho de 1979 - muita gente afirma que o movimento antidisco tinha um tom homofóbico e racista, e eu também afirmo, oras! Donna lançou o maravilhoso álbum duplo Bad Girls um pouco antes, em abril, e ele já flertava com outros estilos. Hot Stuff, para mim, é o maior rockão, cê não acha? I need hot stuff!

Bad Girls é disco clássica com o "tu-tu, hey, bip-bip” maravilhoso. O apitinho (no ano seguinte Rita Lee incluiria um apito malandro em Lança Perfume), a provocação atrevida e empoderada. Dizem que Neil Bogart, o fundador da Casablanca (reparou? Bogart, Casablanca…), queria que Summer desse a música para Cher. Summer não deu e a gravou, lindamente:

Mas existe outra grande faixa que quase ninguém de lembra nesse álbum. Summer compôs Dim All the Lights sozinha e pensou em dá-la para Rod Stewart, depois quis gravá-la ela mesma. Era para o single ter crescido nas paradas, mas Bogart não cumpriu com o que prometeu para a artista e lançou um dueto dela com Barbra Streisand um mês antes, não dando tempo para Dim All the Lights virar o hit que merecia ter virado.

E o dueto com Barbra? É a belíssima No More Tears (Enough is Enough). Páreo duro!

Em algum momento de 1979, Donna sofreu um colapso mental. Ela não se reconhecia (na verdade nunca se reconheceu) naquela imagem supersexy forjada desde Love to Love You Baby - confira nesse artigo da Vice. Nesse momento ela voltou para igreja e, enfim, encontrou Jesus? Esse foi um ponto de virada dela, que também estava chateada por causa do flop de Dim All the Lights e mudou de gravadora, da Casablanca para a Geffen Records. O primeiro álbum lançado por lá, The Wanderer, contava com o gospel I Believe in Jesus.

Aí teve um álbum duplo "perdido” do qual David Geffen não gostou, o I'm a Rainbow, que acabou vendo a luz do dia (ou da noite?) só em 1996. Antes disso, algumas das músicas dele acabaram aparecendo antes, como o delicioso electropop Romeo que apareceu na trilha de Flashdance, um dos meus filmes da vidaaa.

Aí Geffen decidiu chamar o gênio Quincy Jones para produzir o próximo disco de Summer, marcando o fim da era Moroder-Bellotte-Summer. O homônimo Donna Summer de 1982 não chegou a fazer tanto sucesso quanto Thriller de Michael Jackson, lançado no mesmo ano, mas olha… é bom, viu? Além de Love is in Control (Finger on the Trigger), tem Protection, composta para ela por Bruce Springsteen!

Sobre esse álbum, Summer falou para o Los Angeles Times: "Sometimes I feel it's a Quincy Jones album that I sang on.” Eeeeeeitaaaa, olha a tretaaaaa!!!
E olha mais essa treta: nessas alturas a artista foi avisada (ou melhor, notificada) que deveria entregar mais um álbum para a Casablanca por contrato. Vixe! Dessa história saiu essa música babadeira aqui, um hino pop:

Houve uma controvérsia nessa época envolvendo a cantora: boatos dizem que ela fez comentários homofóbicos relacionados a Aids e ao HIV no meio dos anos 1980. Ela sempre negou. Fato é que suas vendas não foram as mesmas na época; e fato é que grande parte do seu público era homossexual.

Vai chegando o fim da década e Geffen chama o time SAW (Stock Aitken Waterman), responsável por hits tipo I Heard a Rumor do Bananarama, Never Gonna Give You Up do Rick Astley e I Should Be So Lucky da Kylie Minogue para gravar o álbum de 1988 de Summer. Pop na veia, amore. Another Place and Time é uma riqueza maravilhosa, mas adivinha… David Geffen não gostou. Rolou uma separação de artista e gravadora e Another Place and Time saiu pela Warner na Europa em 1989. Virou o quê? Sucesso. This Time I Know Is For Real é inegavelmente irresistível:

OLHA
ESSA
CAPA.

Bom, o disco ficou mara e ficou combinado que SAW e Summer iam fazer uma nova dobradinha. Só que Summer não encontrava mais tempo para voltar para Inglaterra e gravar com eles. Então quem ficou com a música que era para ser dela foi a cantora Lonnie Gordon, e o hit saiu em 1991:

Seria um hit maior e melhor com Summer? Nunca saberemos.

Summer morreu de câncer no pulmão em 2012. Ela alegava que, como era não-fumante, provavelmente teria sido intoxicada com a fumaça do 11/09 de NY.

Caso houvesse sobrevivido, Donna Summer teria 70 anos hoje. Ouça mais de Summer, homenageie mais Summer, ela era uma grande cantora, tão influente quanto Madonna, Cher e Tina Turner.