Os dois únicos momentos do Facebook dessa semana que me fizeram pensar: talvez valha a pena ter Facebook

Spoiler: mesmo assim não vale a pena, mas tudo bem.

Esse daqui na verdade quem me mostrou foi o meu marido. Trata-se da página Peppa Pig album covers.

Peppa Ocean

Peppa Ocean

Peppärk

Peppärk

Peppa Peigish

Peppa Peigish

Peppa Pig lançou um álbum recentemente. Sim, a porquinha Peppa Pig lançou um álbum de música. É esse aqui:

Eu sinceramente não achei a piada tão boa, mas parece que muitas gays acharam. As playlists das rádios do Spotify baseadas em artistas funcionam na base do algoritmo: elas juntam coisas que as pessoas que ouvem aquele artista gostam. Pela lógica, a playlist da rádio da Peppa seria bem infantil. Mas o que aconteceu foi isso:

Ai, ai, as gays.
Aí, como o primeiro álbum de Peppa Pig fez muito sucesso, e ele se chama My First Album, a página Peppa Pig album covers que eu citei acima faz piadas sobre o assunto:

Rainha do rap. Você prefere a Drakke Pig ou a Peppye West?

Na verdade já faz tempo que Peppa tem sido usada em memes. Tem uma cena em que ela mostra uma musiquinha no rádio e…

E o clássico:

O que levou a coisas do tipo:

via MEME

E o fervo sobre a Peppa é tão forte que existem roupas falsificadas que misturam sua imagem a marcas conhecidas. Objeto de desejo SIM:

Quem diria que um desenho que todo mundo achava bizarro porque parecia um pinto ia virar uma coisa, er, fashion?

A segunda coisa que eu vi no Facebook esses dias é isso:

É o Tchangeman!

Beijos!

A vingança, esse prato delicioso mesmo gelado

Uma das melhores coisas da exposição Björk Digital que está em cartaz no MIS em SP é que o Matthew Barney com certeza teve que se deparar com as coisas que Björk anda fazendo - nos jornais, nas revistas, nos sites, nas redes sociais. E provavelmente percebeu que ela está fazendo coisas no audiovisual que ele
ainda
não
fez.
Ah… Que delicioso sabor.

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Quer deixar um homem branco cis doido? É só mexer no ego dele. Adoro imaginá-lo doido de raiva.

A exposição acaba no dia 18 desse mês de agosto. Corra para garantir seu ingresso, mais informações no link.

10 (ou 20?) discos que te fizeram ser quem és - do Feici para o blog

A minha irmã Ana Flávia me desafiou no Facebook a participar dessa brincadeira de publicar 10 discos que te fizeram ser quem és, um por dia. Mas como não gosto do Facebook, decidi publicar aqui e tudo de uma vez - Ana, me perdoa? kkkk

Uma das coisas que achei bom é que não é para ter explicação, não é para ter resenha, nada. Só a capa. Eu vou incluir o título e o ano de lançamento por fins jornalísticos, vai que alguém quer ouvir, né?
Ah, e eu escolhi 20. O blog é meu, eu faço o que eu quero.
Segue:

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Made in USA (1994)

Pizzicato Five

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Fruto Proibido (1975)

Rita Lee & Tutti Frutti

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Jagged Little Pill (1995)

Alanis Morissette

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The Bodyguard (1992)

Whitney Houston

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Amplified Heart (1994)

Everything But The Girl

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Fa-tal - Gal a todo vapor (1971)

Gal Costa

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Urban Hymns (1997)

The Verve

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Pies Descalzos (1995)

Shakira

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As Quatro Estações (1989)

Legião Urbana

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Post (1995)

Björk

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Clube da Esquina (1972)

Um montão de gente

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I'm Breathless (1990)

Madonna

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Barulhinho Bom (1996)

Marisa Monte

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Kazemachi Roman (1971)

Happy End

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La voglia la pazzia l'incoscienza l'allegria (1976)

Ornella Vanoni, Vinícius de Moraes e Toquinho

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Flora é M.P.M. (1964)

Flora Purim

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Little Earthquakes (1992)

Tori Amos

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Parallel Lines (1978)

Blondie

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The Singles 86 > 98 (1998)

Depeche Mode

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The Fame Monster (2009)

Lady Gaga

Entre Kate & Katy, fique com as duas

Já assistiu ao clipe novo da Katy Perry, de Never Really Over?

Adorei - a música é bem boa, adoro esse clima anos 1970, curto a Katupiry tendo esses momentos palhacitos.
Já teve gente que falou de The OA por causa da coreografia e essa coisa meio terapia alternativa meio seita. Também acho que tem a ver. Agora, novinhas dirão que sentiram um toque de Florence Welch no look esvoaçante, no ar de diva-fada Stevie Nicks. Sim, também tem a ver. Mas houve uma outra cantora pop que, para mim, é a matriz desse tema. Menos rock e mais experimental que Stevie, uma das donas do meu coração - ladies and gentlemen, miss Kate Bush.

Apropriação cultural da China? Um olho bem grande? Já estava tudo na capa do primeiro álbum de Kate Bush, The Kick Inside, de 1978

Apropriação cultural da China? Um olho bem grande? Já estava tudo na capa do primeiro álbum de Kate Bush, The Kick Inside, de 1978

Demorou 3 anos entre Bush gravando demos para uma gravadora e de fato lançando esse álbum. Nesse meio tempo, preparava-se o terreno para a nova estrela. Ela cantou ao vivo com a KT Bush Band em pubs, teve aulas de dança com Lindsay Kemp e se inspirou numa adaptação de O Morro dos Ventos Uivantes, livro de Emily Brontë, para a TV. Foi mais especificamente uma cena desse filme que bateu na artista: a que mostra Catherine voltando do mundo dos mortos para encontrar com Heathcliff! Tudo isso na cabeça da menina de 18 anos (!) deu no improvável hit homônimo Wuthering Heights (é assim que a obra se chama no original em inglês). E os clipes? Sim, são dois, e em ambos Bush mostra que prestou atenção nas aulas de Kemp.

O olhão arregalado de Bush, de fazer inveja nas coreanas, fica entre o bonito e o assustador. A canção conhecida pelos seus agudos (percursora da música brasileira linda e subvalorizada Escrito nas Estrelas da Tetê Espíndola) vai falando do ponto de vista da personagem Catherine, batendo na janela de Heathcliff e dizendo “abre aí, tô com frio, more!” Sendo que, como eu disse: ela está morta…
Guess it’s never really over…

Bush serve de matriz para tanta gente que nem sei, de Tori Amos a Lady Gaga - ela regravou um dueto que Bush fez com Peter Gabriel, Don’t Give Up, tipo música de auto-ajuda bem bonitinha. A história é de um homem desempregado que está bem na pior, e a voz feminina tenta animá-lo. O clipe da versão com Gaga, que é do The Midway State, é bem parecido com o original.

Mas quando eu digo que Bush é matriz de Gaga, estou me referindo mais a isso…

Madonna nunca imaginou esse grau de histrionismo!
A música Babooshka é do 3º álbum de Bush, Never for Ever. É uma história rocambolesca: uma esposa decide testar a fidelidade do marido mandando bilhetes fingindo ser outra pessoa. Mas o marido, lembrando nesses bilhetes de como a mulher era quando a conheceu, realmente se apaixona. Ou seja, ela mesma estraga o próprio casamento.

Já deu para perceber que Bush curte um caminho lírico mais tortuoso, né?

E tem a música Kashka from Baghdad.

Reparou na letra? Fala desse homem, Kashka, que está em um relacionamento gay mas precisa mantê-lo em segredo - mas ao que tudo indica todo mundo sabe. E ela… quer entrar nesse relacionamento! Alguém disse TRISAL? Essa música é de 1978 - Bush tinha 20 anos!

A babadeira The Tour of Life, turnê de Bush que rolou em 1979, ficaria marcada para sempre na história do pop. Um dos motivos é que ela foi superinovadora na época. E se todo mundo conhece aquele microfoninho tipo telemarketing como o “microfone da Madonna”, ele apareceu mais de uma década antes, em Bush nesses shows, porque ela insistia em cantar e dançar ao mesmo tempo.

Alô, alô. Testando. Um, dois…

Alô, alô. Testando. Um, dois…

Só que Bush não curtia muito o palco. Isso quer dizer que ela nunca mais fez uma turnê - até 2014. E quando a cantora voltou não foi bem uma turnê, e sim uma residência de 22 shows em Londres. Que esgotaram em 15 minutos!

Para terminar, queria deixar com vocês alguns minutos de pop perfection: o lado A do álbum Hounds of Love, o melhor de Bush na minha opinião.

“And if I only could
I'd make a deal with God
And I'd get him to swap our places
Be running up that road
Be running up that hill
Be running up that building“

E antes de acabar, um extra: Björk fala de Kate Bush.