O mundo não vai para a frente porque as pessoas não valorizam o fato de viverem na mesma época de BABYMETAL

Eu tenho duas palavras para você:
BABY
&
METAL.
O que você imagina o que isso significa?

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Er, não exatamente. Mas também é mais ou menos isso. kkkkk
Antes de explicar, queria dividir esses links com vocês para vocês entenderem melhor essa mistura do Brasil com Egito; ou melhor, essa mistura do kawaii com o metaleiro. Seguem:

O que é kawaii?
O lado dark do kawaii
Pink ou Punk: a banda que quer democratizar o kawaii
Notícias estranhas do mundo Hello Kitty

Acho que para começar já está bom. Também gostaria de dedicar esse post para Fernandaxannn, a maravilhosa do Hollywood Forever TV,, que deve ser a minha única amiga que admira tanto o Babymetal quanto eu.
Então lá vamos nós.

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Essa aí de cima é a formação original do Babymetal, de 2010. Yuimetal saiu em 2018, e agora a banda acaba de lançar um novo álbum chamado Metal Galaxy como dupla.

E sim, se você está se perguntando, elas fazem a linha Ramones: todas assinam com Metal no fim do nome. Sumetal e Moametal mais Yui surgiram numa mistura da cultura de idols japonesas e heavy metal na instrumentação.
Não sabe o que é idol? Então vamos voltar ainda mais a fita…

Na década de 1970, estreou no Japão o filme francês com Sylvie Vartan Cherchez l’Idole (1964).

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A premissa da história é até um pouco parecida com Help! dos Beatles, que sairia só em 1965: um personagem esconde um diamante em um violão que está na loja de instrumentos musicais, mas quando volta para pegá-lo, descobre que o violão foi vendido. Também parece com o longa Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa. Ou seja, essa coisa de tesouro, música e perseguição talvez renda uma tese de mestrado!
Mas o filme nem importa tanto. O que interessa é a própria Vartan, que lançou a música La Plus Belle Pour Aller Danser com o longa. No Japão, o filme foi lançado sob o nome Aidoru o Sagase. A música vendeu pencas. E em seguida a indústria do entretenimento japonesa notou uma oportunidade que poderia ser preenchida com garotas jovens de look romântico cantando música pop. Adivinha como eles batizaram essas meninas? Aidorus - ou idols, em inglês.

O single que vendeu pencas

O single que vendeu pencas

Você já ouviu essa música? Talvez tenha ouvido e nem se lembra! Vem:

A partir daí, surgiram várias aidorus que para mim são a estética da era Showa! Fofitas, de cabelo todo no lugar, um mix de inocência e sensualidade. Da década de 1970 para frente, o Japão teria não só uma namoradinha, como a gente com Regina Duarte, e sim várias. Olha algumas que eu gosto:

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Momoe Yamaguchi

Que gracinha! Yamaguchi foi famosa por quase toda a década de 1970

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Miho Nakayama

Fez mais sucesso entre os anos 1980 e 1990, acho os looks babadeiros

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Seiko Matsuda

Minha preferida por motivos de OLHA ESSE CABELOOO

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Yukiko Okada

Outra que gosto por motivos de cabelo. Ela tem uma história muito trágica: se suicidou em 1986, em circunstâncias misteriosas

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Junko Sakurada

A amiga & rival de Momoe Yamaguchi tem controvérsia forte em sua história: acabou casando na Igreja da Unificação do coreano Sun Myung Moon em 1992 e a partir daí sua carreira minguou

Para quem não conhece a Igreja da Unificação, essas cerimônias de casamento em massa organizadas pelo reverendo Moon juntam casais de jovens… que simplesmente não se conheciam antes.
É isso mesmo.
E diz Sakurada que está muito feliz. Segue casada até hoje.

Oh, well…

Confesso que analiso mais a comunicação visual das aidorus do que a música. Acho tudo um j-pop bem rasteiro, não consigo diferenciar uma da outra no quesito estilo - e provavelmente meu amigo Eduardo Maekawa vai xingar a mim e todas as gerações posteriores ao ler isso, mas FAZER O QUÊ, MENTIR EU NÃO VOU, PESSOAL.

Achar que a história das idols é um mar de rosas seria bem ingênuo, como já deu para perceber. Suas vidas são bem controladas, mais ou menos como acontece de maneira bem mais leve com as estrelas de k-pop hoje. Tudo o que você imaginar acontece: assédio, escândalos, drogas, a artista não pode namorar para alimentar o sonho dos fãs, a artista precisa namorar com a pessoa certa (que obviamente não é a que ela escolheu), colapso nervoso de tanto trabalho e estresse… Se hoje a coisa está um pouquinho mais liberal, reforço que existe uma conversa sobre pedofilia em torno dessa realidade das idols que as pessoas ficam fingindo que não perceberam.

Fui ao restaurante temático de um dos maiores grupos de idols atuais, o AKB48 (o nome é uma homenagem ao bairro de Akihabara em Tóquio e o número se refere à quantidade de integrantes da banda, 48 meninas que se revezam nas apresentações pelo país). A gente se assustou com o público: no lugar de garotas que imitam famosas, nos deparamos com uns salary men! Para quem não sabe, salary men é tipo “a galera do escritório”, mas são só homens. Engravatados. De meia idade. Num restaurante temático de uma banda de meninas!
Para quem quiser se aprofundar no assunto, recomendo o documentário Tokyo Idols - tem na Netflix.

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Assistam!

É bem bom!

A cena do heavy metal japonês, em contrapartida, não é de hoje. O visual kei, uma coisa meio glam rock andrógina montadérrima em versão nipônica, existe desde os anos 1980. Parece-me que o visual kei foi essencial para o desenvolvimento do Babymetal, exemplificado por grupos como X Japan.

TUDO, né??? Eu axu!

TUDO, né??? Eu axu!

Tanto o visual kei quanto o BabyMetal caminham nessa linha de um heavy metal bem comercial - não é à toa que eu trouxe o Kiss para a conversa no começo do post. É pesado sim, mas envelopado da maneira mais marketeira possível. Bom, não tem como ser mais marketeiro ao inventar uma banda de heavy metal com garotas fofas cantando sobre chocolate, certo? Pop demais!

Nada de gírias tipo Tim Maia, que chamava maconha de chocolate (por isso a música dele, regravada por Marisa Monte). O hit do Babymetal Gimme Chocolate!! pede por chocolate, o doce mesmo, simples assim.

E é delicioso.

Existem variações pós-Babymetal. Uma das mais interessantes é a LadyBaby, de 2015, que contava com Richard Magarey, australiano mais conhecido como Ladybeard. Dá uma olhada…

Vou te dar um tempo para você se recuperar.

Nippon Manju é praticamente um jingle que estimula o turismo japonês, fala de doce (como o hit do Babymetal) mas um doce tipicamente nipônico (o nippon manju em si), tem um fortão cabeludo de voz infernal cross-dresser, tem coreografia…
É um babado.
Hoje o LadyBaby segue com outra formação (sem homens vocalistas) e Ladybeard tem uma dupla com Reika Saiki, que é uma menina com tudo de aidoru mas é fortona (!?). Eles são o Deadlift Lolita, que já veio para o Brasil na feira Anime Friends duas vezes (2018 e 2019).

Que tal?

Que tal?

Bom, depois disso, a personagem da Sanrio Aggretsuko, uma pandinha vermelha que trabalha num escritório e descarrega as mágoas do proletariado cantando heavy metal no karaokê, parece até algo bem comum. Falei mais de Aggretsuko, que conta com série na Netflix, nesse post aqui.

É isso. Prestigie o kawaii-metal, que é como as pessoas andam chamando tudo isso. <3 <3 <3

Se você chegou até aqui, talvez também se interesse pelo post de bubblegum pop!

Não se engane com Universo Anime

Esse “documentário" que entrou na Netflix agora chama a atenção: ele promete desvendar os animes, que é o nome dado às animações japonesas. Acontece que… ele é um pouco mais (bem pouco mais) do que um vídeo-catálogo das produções de anime que já existem na Netflix.

Aggretsuko é um dos desenhos que aparecem no doc e que, sim, estão na Netflix

Aggretsuko é um dos desenhos que aparecem no doc e que, sim, estão na Netflix

Eles pouco disfarçam: no fim (sim, assisti até o fim, mas dei umas dormidas lá pelo meio) aparece uma frase dizendo que todas as produções que aparecem fazem parte do catálogo.

Mas o documentário é ruim?
Olha, fora o fato de ver coisas do Japão, que eu sempre gosto, é ruim sim. A narradora Tania Nolan e a diretora-apresentadora Alex Burunova fazem comentários bem desnecessários tratando a cultura japonesa e oriental no geral como se fossem uma coisa bizarra só porque não correspondem ao que elas achariam normal. E as duas nem ficam tão distantes assim do Japão: Nolan é neozelandesa, Burunova é russa. E não importa, né? Mesmo se fossem americanas, o ideal seria que elas investigassem o universo do anime com interesse, tentando explicar suas particularidades. E não ressaltando a todo momento os seus, er, "exotismos".
Aliás, o que Burunova não deixa claro, por exemplo, é que as subculturas de Tóquio são exatamente isso: subculturas de Tóquio. Que Aggretsuko também é atraente para os japoneses porque é uma personagem tão inusitada para eles quanto para gente - por mais que exista a cultura de funcionários de escritório, karaokê e death metal, essas 3 coisas não costumam andar juntas.
E já que nenhuma outra produção fora as que estão na Netflix entram na história, eles ignoram solenemente: o Studio Ghibli. Os desenhos do Momotarô da década de 1940 que são marcos históricos na fase propagandista do anime. O clássico Akira.

Resumindo: não perca o seu tempo, por mais que o documentário dure um pouco menos de uma hora. Parece mais, bem mais. É bem bobo.
E a Netflix devia tomar cuidado. Num momento em que a concorrência do conteúdo via streaming promete ficar acirrada, ela devia colocar só produção incrível no catálogo. Cada coisa ruinzinha que você assiste te deixa mais próximo daquele botão do cancelamento…

Momotarō no Umiwashi, produzido em 1942, é uma espécie de versão ficcional do ataque à Pearl Harbor com o personagem infantil Momotarō no papel principal

Momotarō no Umiwashi, produzido em 1942, é uma espécie de versão ficcional do ataque à Pearl Harbor com o personagem infantil Momotarō no papel principal

Aggretsuko e outras ficções que se passam na firrrma

E eis que sou CLT.
É até estranho me acostumar com o fato de que existe um VR na minha carteira. Quase esqueço!

É nessas que tenho valorizado muito mais as ficções - geralmente comédias - que tem seu centro nessa vida de firrrma. Se antes eu via e ria de tudo aquilo como algo alheio à minha realidade, agora me reconheço, repenso em situações e desafios, e sim, dou risada de mim mesmo.
É o caso de Aggretsuko, cuja segunda temporada estreou faz pouquinho tempo na Neflix.

Aggretsuko no setor de contabilidade

Aggretsuko no setor de contabilidade

Ela, que é um pandinha vermelho, tem uma relação bem difícil com o chefe e alguns colegas. Descarrega a tensão cantando no karaokê - mas o engraçado é o que ela canta…

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METAAAAL!!!

Assisti só os dois primeiros episódios dessa temporada nova mas já digo logo que está boa!
E quem ainda não viu o especial de Natal precisa ver, é bem legal também e fala sobre o nosso vício bizarro em Instagram.

Bom, vou falar de mais algumas ficções de escritório que gosto, fora a manjada The Office que é maravilhosa e acho que não preciso falar, né? (mas procurem também a versão inglesa de The Office, que é tudo!) Vamos:

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Como Eliminar seu Chefe (1980)

Ou, em inglês, 9 to 5. Quem não assistiu esse clássico com a trinca Jane Fonda, Lily Tomlin e Dolly Parton não sabe o que perde!

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Uma Secretária de Futuro (1988)

Engraçado que esse filme é sempre citado como um clássico do power suit oitentista - mas sinceramente não acho o melhor exemplo de power suit. De qualquer forma, a história com Tess McGill (Melanie Griffith) é bem empolgante

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Quatro Garotas… Uma grande confusão (1997)

Sim, esse filme tem Toni Collette, Parker Posey e Lisa Kudrow. De nada!

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Um Senhor Estagiário (2015)

É idiota - mas eu chorei

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Yokai Watch

Em alguns episódios desse anime, o Komasan (que é esse da foto) vira um superexecutivo de uma empresa de brinquedos. E tudo isso acontece… sem querer!

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Salve-me Quem Puder (1986)

Nossa, como eu AMAVA Jumpin’ Jack Flash. A Whoopi Goldberg nesse filme para mim era a pessoa mais legal do mundo!!!

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Os Aspones (2004)

Selton Mello, Andréa Beltrão, Drica Moraes, Marisa Orth e Pedro Paulo Rangel. Como ser ruim?

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Estrelas Além do Tempo (2016)

Mais um caso de elenco ótimo - e nesse filme o escritório é nada menos que… a Nasa

E você, de qual filme ou série que se passa em um ambiente de firrrrma que você gosta? Me conta!

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