American Horror Story, nova temporada: uma bobagem
Sim, uma bobagem. O primeiro episódio de American Horror Story: 1984 não surpreende ninguém que viu os teasers e trailer. Ryan Murphy, o dono da coisa toda, parece estar mais preocupado e dedicado a outras coisas tipo The Politician da Netflix que vai estrear em breve (no dia 27/09) e Pose, que acabou de ganhar o prêmio de Melhor Ator de série de drama no Emmy para Billy Porter <3
São vários os defeitos, a começar por um ritmo meio estranho, muitos personagens de uma vez sem desenvolvê-los direito (geralmente o AHS é assim mesmo no primeiro episódio, mas nesse o climinha Malhação macabra se acentuou), e um ar de Scream Queens, a série de 2015 do mesmo Murphy que já abordava o terror adolescente com assassinato em série. Mas, como diriam os próprios assassinos - vamos por partes.
Enquanto Scream Queens se conectava mais à leva de terror adolescente dos anos 1990 (Pânico, Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado…), portanto já era uma derivação da derivação, AHS: 1984 quer beber direto da fonte. Para isso, usa a temática do acampamento de verão (Sexta-Feira 13 total). Só que a narrativa parece corrida demais - talvez, sabendo como a cabeça do Ryan Murphy funciona, para uma reviravolta em breve. É provável que a trama não fique só no acampamento o tempo todo.
Fora isso, Murphy também aproveita para trazer uma outra temática que era subliminar nesse tipo de filme slasher, só que de maneira bem mais clara: o sexo. A menina mais pudica (que provavelmente não vai morrer, a menos que Murphy subverta essa lógica dos filmes originais), os gostosões e certo clima homoerótico (A Hora do Pesadelo 2 tem esse mesmo clima)… O primeiro episódio também contou com a releitura de um criminoso real, Richard Ramirez, apelidado Night Stalker - ele já tinha aparecido na temporada Hotel, a quinta, interpretado pelo mesmo ator, Zach Villa.
American Horror Story vem perdendo a mão faz um tempo. Eu até gosto da sétima temporada, Cult, apesar de muita gente já ter desistido de acompanhar justamente nesse ponto. A oitava, Apocalypse, foi uma besteira fan service com pouquíssimos bons momentos. Essa nona edição sofre com a falta de Sarah Paulson e Evan Peters, dois dos atores mais conectados com a série, praticamente “a cara” de AHS principalmente após a saída de Jessica Lange. Agora, se Murphy quer que essa sua criação viva até a décima temporada, é bom correr atrás. Tá fraco, viu? Fraco demais.