A gente devia relembrar Clodovil Hernandes - e outros grandes nomes da moda brasileira
Existem dois estilistas que viraram mitos no Brasil:
Eles eram superpop, cada um à sua maneira: Dener com apelo mais cult e com um superlivro prometido e nunca cumprido pela extinta Cosac & Naify (mas existe uma autobiografia Dener, o Luxo da editora e também Bordado da Fama: uma Biografia de Dener, de Carlos Doria, da editora Senac); e Clodovil um personagem controverso, que acabou ficando muito mais famoso como apresentador e depois virou político, deputado federal eleito em 2006. Ambos nasceram em 1937, mas Dener morreu cedo, em 1978, e Clodovil perdurou. Até peça de teatro fez, sabia?
Li Tons de Clô faz um tempo - é uma biografia interessante mas falta bastante da sua moda para quem é fashionista. Tem quem diga que a moda de Clodovil era mais fraca, especialmente se comparada com Dener. Os dois tinham uma rixa, e nem sempre fica claro se era tudo teatro para chamar atenção da imprensa, se tinha um fundo de verdade - mas os dois gostavam de exercitar a língua ferina um com o outro.
O que eu acho? Que existe muito pouco material histórico para a gente chegar em conclusões sobre relevância, não só de Clodovil como também de outros grandes ícones, como Guilherme Guimarães. Só se sabe mais sobre Zuzu Angel graças aos esforços da família - a filha Hildegard Angel fundou o Instituto Zuzu Angel em 1993.
E é com grande alegria que fico olhando o Instagram @institutoclodovilhernandes, que resgata imagens do trabalho do estilista - e dele!
O Instituto Clodovil Hernandes foi criado em 2010. É muito bacana ver esse tipo de resgate da moda brasileira. Que venham mais dessas iniciativas!