Wakabara

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Ryan Murphy, por que fazes isso conosco?

É sempre assim e a gente não aprende. Deve ser alguma síndrome prima da de Estocolmo, sei lá.
Ryan Murphy tem ótimas ideias. Geralmente faz ótimos começos de série. E geralmente se perde no meio delas - o roteiro fica frouxo, a coisa desanda e dá vontade de dar uma editada em tudo. Em 6 capítulos a gente resolve, pessoal!
Uma exceção é Feud: a primeira temporada, sobre a rivalidade entre Bette Davis (Susan Sarandon) e Joan Crawford (Jessica Lange), é ótima por todos seus 8 episódios. Talvez porque fossem só 8, mesmo.

Mas Pose também foi até bem em sua primeira temporada inteira, com pouca gordura em seus 8 episódios. Agora, nessa segunda, com 10 (será que é isso?), fica um gosto meio esquisito de novelão na boca. Soluções de desenvolvimento bem ruins culminam num episódio, o Blow, em que Blanca (MJ Rodriguez) e Pray Tell (Billy Porter) assumem um papel de “anciões sábios” que vão ajudar os novinhos perdidos a recuperar a garra com um desafio: encapar a casa de campo da gananciosa Frederica (a ótima Patti LuPone) com uma camisinha gigante.
Sério?
Tô achando bem besta. Não vou parar de assistir, mas acho que a falta de um núcleo paralelo, que existia na primeira temporada com o personagem de Evan Peters, está pesando nessa - Frederica é incrível mas não desenvolve exatamente uma história além, só rivaliza com Blanca; a falta de Candy (Angelica Ross) não ajuda muito na diversidade das casas do baile; a entrada de Judy (a maravilhosa Sarah Bernhard) ajuda a dar uma movimentada e a trazer o tema da Aids para uma realidade de hospitais e remédios mas, como ela tem poucas cenas, também não segura.
E ainda tem uma terceira temporada, né?
A ver. O que vocês estão achando? Tô exagerando?

Salvem Pose, por favor!