Onde o pop sueco e o Japão se encontram: Maia Hirasawa
No momento bem viciado nessa música.
Já falei aqui sobre pop sueco, né? A Suécia tem tradição forte na área, que corre desde ABBA e aquele fatídico Eurovision até Roxette e Tove Lo.
E o Japão tem o j-pop das aidoru, que eu amo.
Imagina se alguém juntasse essas duas vertentes em uma?
Prazer: Maia Hirasawa.
A Maia nasceu na Suécia e acho que é mais próxima do país natal, mas tem ascendência japonesa (por parte de pai) e já cantou em japonês. Uma das coisas que ela fez para crescer no mercado japonês de música é algo muito típico de lá que a gente, de fora, acha esquisito.
Lembra da Rosa Marya Colin? Bom, talvez não. Mas talvez você se lembre disso:
O comercial da C&A com California Dreamin’ cantada por Rosa Marya Colin fez com que a música virasse um sucesso comercial - o maior hit da carreira da artista, que também é atriz com diversos trabalhos para a TV. No Japão isso é comum: artistas chegam a comemorar por ter uma música em uma propaganda. É tipo ter uma música numa novela aqui no Brasil: ela vai entrar na casa das pessoas, vai grudar na cabeça delas e quando você percebe… charteou, como os jovens de hoje em dia falam.
Em 2010, Maia decidiu passar um ano em Sendai, cidade japonesa da região de Tohoku. Era para ser um sabático, mas ela acabou gravando It Doesn't Stop para a propaganda do shampoo Kao Essential. Charteou!
Disso saiu um álbum gravado especialmente para o mercado japonês, com letras em inglês, sueco e japonês, chamado maia hirasawa. Nessa época ela já tinha lançado dois álbuns, ambos em inglês, na Suécia.
Mas tem isso aqui, uma compilação de 2015 que junta algumas coisas que ela fez pro mercado local:
Maia lançou Bättre, com a grande maioria das letras em sueco, em 2020. Ele é muito baseado na chegada dos 40 anos (Maia fez 40 em 5/05; o álbum saiu nesse mês) e, que bom, é otimista: Bättre quer dizer "melhor"! Fora o fato de eu ter gostado bastante desse disco, tem outro motivo pelo qual fiquei um pouco fissurado em Maia.
Em 2011, uma das metades da minha dupla preferida do mundo, Pizzicato Five, fez um álbum chamado… One and Ten Very Sad Songs. Era o Yasuharu Konishi. Ele poderia ter assinado como Pizzicato Five porque Maki Nomiya tinha mais o papel de vocalista e musa (o último álbum do Pizzicato Five tem poucas faixas com a sua voz, inclusive), mas preferiu assinar como Pizzicato One.
Todas as faixas contam com convidados, como Marcos Valle (!!!). A sexta traz Hirasawa cantando-declamando Bang Bang, não a da Jessie J com Ariana Grande e Nicky Minaj e sim aquela outra, que Cher gravou e Nancy Sinatra regravou (e um monte de gente também regravou).
Era isso.
Remember when we used to play?
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