E Londres primavera-verão 2020, hein, Wakabara? Você não vai comentar?
Vou.
Afinal, gosto tanto da cidade e da moda da cidade, não posso deixar de falar da temporada por lá, que acabou de acabar, né?
E quem quiser ver o de NY, que fiz faz um pouquinho, corre aqui nesse outro post!
(De Milão não sei se vou falar, vi o desfile da Prada e bateu desânimo, que chatice!!!)
Bom, preparados para essa surra de moda londrina? Se aproxime:
A coleção que eu queria vestir!
Wales Bonner traz uma coleção inspirada na cultura afrocubana e no MAMBO! Já me senti a Heleninha Roitman pedindo mais um mambo para o DJ porque sou dessas.
Só trocaria o sapato por um marrom escuro - odeio sapato de couro preto. Bota eu gosto.
As bolinhas, o colar, o toque de vermelho, a delicadeza da camisa, as calças de alfaiataria… É simples mas com um charmezinho delícia. Fiquei fissurado.
Uma das musas desse blog é a inspiração da 16Arlington
Ai, que perfeiçãoooooo! A dupla Marco Capaldo e Kikka Cavenati se inspirou em nada menos que Raffaella Carrà!!! Paraaaaa! Lembra que eu falei da cantora italiana aqui no blog? Eu simplesmente amei, olha essa camiseta que reproduz a capa do álbum Forte Forte Forte com brilhoooossssss!
#quero!
Mágico de Oz versão street: Bobby Abley
Quem me conhece sabe que tenho certa fixação com O Mágico de Oz - o meu primeiro blog se chamava O Caminho Dourado de Dorothy porque um amigo meu da faculdade, antes de me conhecer, implicava comigo e me apelidou de Dorothy. Eu usava tênis vermelho - e sigo usando, é a minha cor de tênis preferida.
Então, toda vez que algum estilista usa O Mágico de Oz como inspiração (exemplo de novo clássico é a primeira coleção de Virgil Abloh para a Louis Vuitton) eu fico amarradão. Bobby Abley fez sua versão nessa temporada londrina, com conjuntinho de tijolo dourado e tudo. Prefiro a versão do Abloh, mas gosto dessa também.
Chalayan é tudo - e continua sendo tudo!
Gosto demais desse estilista cabeção. Para as novinhas, procure saber. Não sei como a Lady Gaga não patrocina esse cara e usa todos aqueles looks tecnológicos que mexem sozinhos nos tapetes vermelhos. Hussein Chalayan faliu, ressurgiu só com o sobrenome e não lhe é dada a devida atenção por parte da crítica especializada, apesar dele continuar sendo um estilista interessantíssimo, com algo a dizer.
Mais boudoir chic: Burberry
Já podemos dizer que não estamos curtindo muito o Riccardo Tisci na Burberry?
Então: não estamos.
Tem um look ou outro interessante, uma ou outra ideia instigante mas não pegou, pegou?
Não é um talk of the town, não é um hot ticket, não é um <insira aqui mais uma expressão em inglês>.
Nessa temporada, no meio de muita coisa (Quem faz a edição desse desfile?? Cruzes!), encontrei essas referências à lingerie bem diluídas. Mas estou sentindo que isso, pelo que também deu para ver da temporada de NY, vai ser tendência forte.
Então é isso - por pouco a Burberry não entra aqui nesse post pois não sou obrigado.
To the moon and back: Christopher Kane
Amo sci-fi no geral, e gosto muito dos relatos de astronautas que olham para a Terra do espaço e ficam absurdamente maravilhados com que vêem. Eles garantem que é uma sensação bem diferente de você ver fotos ou vídeos. Tem a ver com um redimensionamento do seu tamanho perante o cosmo ou mesmo o planeta; e consequente relativização de muita coisa. Esse artigo da BBC fala um pouco disso.
Kane quis misturar o sexo e o comportamento humano com ciência, natureza e o nosso planeta. O resultado me lembra um pouco essa relação de amor e gratidão que os astronautas desenvolvem com a Terra quando a observam de fora.
E a bolsinha planeta azul? Tudo!
Volumes abusados de Richard Quinn
Gosto desse clima alta costura com modelagens que, se não são novas, ao menos são desafiadoras. O fato de Quinn usar estamponas traz um clima que você pode ler como sofisticado, moda festa da ousadinha fashionista ou camp. Curto a ideia do camp de luxo, mesmo.
Os óculos para quem não quer enxergar, de Matty Bovan
Obs.: quem usa esses óculos, além de fazer a linha diferentona, não consegue enxergar!
Momento não entendi
A inspiração em Tina Modotti na Erdem deu numa coleção toda fechadona. Tina, fotógrafa muito foda e militante comunista, tem um fator importantíssimo na sua história: foi uma mulher que teve amores misturados com suas crenças políticas. Tudo bem o estilista Erdem Moralioglu entender que comunista não ama, vai da ideologia de cada um, mas retirar todo o sangue latino quente que poderia estar aqui é bem… hum… reducionista. Aliás, ele se inspirar em uma notória comunista cujo trabalho como fotógrafa foi encharcado de ideologia já é algo esquisito. Em suma, achei nada a ver.
E aí, curtiu a seleção ou vai pedir o Brexit? Me conta!